Back to basics: tendência do varejo que pode ajudar a driblar a crise no brasil

O clima ruim que ronda a economia brasileira tem trazido nebulosidade também ao varejo e os reflexos já podem ser sentidos na projeção de crescimento anual. O setor, que tinha expectativa de aumentar em 1% o faturamento de 2015 (comparado ao desempenho do ano passado), já está tendo que se acostumar com uma margem bem mais modesta, perto de 0,3%, segundo estimam os cálculos da Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

No entanto, essas e outras perspectivas negativas não estão paralisando os grandes varejistas, que encontram na tecnologia uma oportunidade de trazer de volta os bons ventos e, assim, crescer no período de retratação econômica. Um exemplo que pode ajudar nesse desafio veio de gigantes do setor que atuam nos EUA. Diante de uma das maiores crises econômicas da história do país, em 2008, muitas empresas adotaram uma estratégia que ficou conhecida como back to basics (em português, volta ao básico, que significa voltar a atenção para as operações elementares, dando atenção a todos os detalhes).

A adoção de medidas dentro dessa metodologia tem impacto direto na cadeia de suprimentos. Justamente porque dá mais qualidade aos processos básicos como compra, venda, armazenagem e logística, o que resulta em ganhos de eficiência operacional e em melhoria de índices de disponibilidade de produtos na gôndola, com foco na satisfação do consumidor final. Quer ver como? Abaixo, relacionamos o tripé que deve receber especial atenção na corporação que tem o pensamento orientado ao back to basics:

  • Pessoas: a empresas são compostas por seres humanos e para eles deve estar clara a estratégia da marca para que todos busquem os mesmos objetivos. Por isso, treinamento e alinhamento são muito importantes nessa estratégia (desde a diretoria, o gerente de operações, a equipe de trade, quem faz o recebimento de mercadorias ou promove o trabalho no ponto de venda, etc.)
  • Processos: também devem ser alinhados para que o consumidor tenha uma experiência única com a sua marca, independente dos pontos de contato que ele interagir. Isso significa padronizar a operação, garantir excelência e, de quebra, reduzir custos.
  • Tecnologia: fator mais importante para gerar competitividade no atual mundo dos negócios. Na estratégia back to basics, a tecnologia permeia os processos para integrá-los e torná-los mais ágeis, garantindo o acesso às informações relevantes e dinamizando a tomada de decisão.

Este último pilar (tecnologia) tem sido prioridade porque, a partir da adoção de soluções especializadas em supply chain, é possível, por exemplo, ter uma visão estratégica evitando dois grandes problemas: a falta de produtos na gôndola (que diminuirá o lucro, porque derruba as vendas) e o excedente nos estoques (que imobiliza o capital de giro). Com toda a cadeia de suprimentos integrada por uma ferramenta tecnológica, é possível, por exemplo, otimizar o vai-e-vem de produtos a partir dos Centros de Distribuição, o que pode contribuir ainda mais com seu negócio, racionalizando o planejamento e reposição (ainda mais em um país de proporções continentais, como é o caso do Brasil).

Em linhas gerais, todas essas etapas descritas primam por acompanhar o comportamento do consumidor, novo líder do processo e que dita as regras de distribuição de produtos (sinalizando o que deseja comprar e onde quer encontrar o item). Nesse contexto, uma solução especializada na cadeia de suprimentos precisa atuar na consolidação dos dados para que o foco da equipe de operações esteja canalizado na análise estratégica e, consequentemente, na tomada de decisão, com a agilidade que pede o mercado.

Deu para ter uma ideia do quanto é importante adequar-se à estratégia back to basics? Mesmo que recente aqui no país, ela tem se mostrado um caminho seguro para obter maior eficiência dos recursos e disciplina orçamentária, garantindo mais competitividade para a sua empresa, que pode levá-la a se sobressair num cenário de crise financeira.

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