Como evitar a devolução de mercadorias do varejo para a indústria?

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O desempenho da indústria depende não só da sua produtividade, mas da eficiência na distribuição de produtos ao varejo, de forma a otimizar a cadeia de suprimentos como um todo. Nesse sentido, a devolução de mercadorias é algo extremamente indesejado. Afinal, ela representa um impacto negativo nas relações comerciais, podendo gerar atrasos ou, o que é ainda pior, desperdícios.

Vale destacar, por exemplo, que o Código de Defesa do Consumidor exige do varejo uma política de devolução e trocas. Consequentemente, os produtos podem retornar até a indústria em certas situações — e o prejuízo é grande, como mostra uma pesquisa feita por James Maxham em 2012. Segundo o estudo, entre 74% e 100% dos clientes com má experiência na devolução podem deixar de comprar daquele varejista nos anos seguintes.

Pensando nisso, criamos este artigo para mostrar em detalhes quais são as principais causas da devolução de produtos, além de dar algumas dicas para evitar esse cenário e aumentar o controle da supply chain. Confira!

Os principais motivos da devolução de mercadorias

Em geral, a devolução de mercadorias do varejo para a indústria é causada por uma falta de alinhamento entre as partes. Cada empresa tem suas demandas e, por mais que o aumento das vendas seja um objetivo em comum, a estratégia adotada pelo fabricante deve ser pragmática, baseada na realidade do mercado. Em outras palavras, o que acaba acontecendo é que a indústria, muitas vezes, vende sem ter a visão da demanda, causando excesso de estoque.

Seja por meio de lotes muito grandes, seja por meio de contratos de abastecimento frequente, não é raro encontrar o estoque do varejo com o excesso de algum item — e, eventualmente, com a falta de outro. O principal erro, nesse sentido, é não ter em mente que o gatilho da cadeia de produção deve ser a demanda do cliente, e não uma expectativa de vendas pouco realista.

Outro fator importante é a falta de controle de estoque do próprio varejista. Muitas vezes, a previsão de vendas não é eficaz na própria loja, o que pode levar a um acúmulo desnecessário. O terceiro motivo, que também vale destacar, é a própria fabricação defeituosa, algo que pode fazer com que o produto refaça o caminho por completo — do consumidor final até a empresa.

Nesse caso, temos uma falha ligada aos processos de fabricação ou ao próprio controle de qualidade. Algo parecido acontece quando há um erro nas atividades de picking e packing, que podem levar a uma entrega equivocada de produtos que o cliente não pediu.

Seja qual for o motivo, é possível adotar algumas práticas para eliminar, ou ao menos reduzir, sua ocorrência.

As melhores práticas para evitar a devolução de mercadorias à indústria

Uma crença que pode causar falhas é a de que as devoluções são causadas unicamente por falhas na distribuição ou nos processos logísticos como um todo. Na verdade, como detalhamos, isso pode estar relacionado até mesmo à produção.

Para não tirar conclusões precipitadas, é essencial que a empresa entenda a si mesma como um conjunto de processos cada vez mais integrados, onde uma falha pode acarretar outra. Como você poderá ver, as dicas que destacamos a seguir mostram como é preciso atuar em diversos âmbitos para mitigar a devolução de mercadorias.

Aperfeiçoar continuamente a produção e a logística

Uma gestão eficiente é aquela que se baseia em dados confiáveis para melhorar continuamente os processos do seu setor. A dica aqui é ser eficiente nas políticas de qualidade adotadas pela produção, assim como pela logística. A eficiência em picking e packing, por exemplo, deve ser controlada, de forma a minimizar os erros.

Otimizar a gestão de supply chain

Adotar estratégias e soluções digitais que automatizem a cadeia de suprimentos é a melhor forma de alinhar os objetivos entre as partes. A indústria precisa estar atenta à real demanda dos consumidores, reabastecendo, portanto, de acordo com as necessidades do mercado. Dessa forma, evitará de mandar quantidades ou produtos que não contam com muita procura ou com dinâmicas menores de vendas.

Troca de dados

Uma forma de fazer isso é obtendo os dados vendas e estoques dos varejos e distribuidores. Dessa forma, a indústria sabe o que realmente tem ou não demanda e consegue programar de forma mais alinhada a produção e a distribuição dos itens, evitando, assim, o excesso de estoques e a devolução de produtos.

O papel da tecnologia na gestão dos processos

Minimizar falhas exige que a logística trabalhe de forma inteligente, com entregas programadas. A própria gestão de estoque tem influência nesse desempenho, já que é ela a responsável por garantir que o nível de mercadorias seja otimizado — os produtos não podem faltar, mas o excesso também deve ser evitado.

Nesse sentido, garantir tempo de resposta ao varejo, a fim de evitar as falhas que geram devoluções, passa diretamente pela adoção de uma solução digital de gestão. Os processos devem ser automatizados, de forma a evitar falhas humanas e aumentar o controle da cadeia de suprimentos.

Mas, afinal, quais são os impactos práticos disso? Para começar, a sincronização de dados com o varejo ajuda a permite que a indústria tenha acesso a dados de performance de seus produtos nos PDVs, tendo, portanto, condições de realizar um abastecimento de acordo com as reais necessidades dos consumidores e do varejo.

Em tempos de um mercado tão concorrido, vale a pena adotar esse tipo de solução e otimizar a troca de informações na cadeia de suprimentos. Os resultados são significativos, desde a redução de devoluções e falhas em geral até o alinhamento entre o ritmo das vendas e o volume produzido.

Nessa leitura, mostramos que a devolução de mercadorias é absolutamente indesejada, tanto na indústria quanto no varejo. Então, coloque essas dicas em prática e conquiste resultados melhores em parceria com seus clientes!

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