Conheça os principais métodos da gestão de estoque

O estoque pode ser comparado a uma aplicação da empresa. Quando ele é bem gerenciado, traz grandes resultados e contribui para gerar bons resultados. Mas, obviamente, isso depende de que o gestor conheça os principais métodos da gestão de estoque.

Não é nenhuma novidade para você que encontrar o exato equilíbrio do estoque é um dos grandes desafios das organizações atuais, porque o excesso e a falta de produtos geram perdas e prejuízos para a indústria e para o varejo.

Agir com estratégia é fundamental, e este artigo o ajudará nisso. A seguir, apresentaremos as principais informações sobre os métodos de gestão de estoque, o que facilitará sua tomada de decisões. Faça uma boa leitura!

Qual é a importância de manter um controle de estoque?

Controlar bem o estoque é a essência de uma boa operação na indústria e no varejo. Na atual dinâmica do mercado, esse é um elemento que influencia diretamente na satisfação do consumidor e pode ditar os rumos do negócio.

Um gerenciamento inadequado tem o potencial de desencadear uma série de problemas. Muito mais do que o impacto material causado pelas perdas de produtos, é necessário observar as consequências no caixa da empresa, já que os gastos operacionais e com manutenção podem ser maiores do que o necessário.

Além disso, a ruptura gera perda de vendas e uma experiência de compra negativa ao cliente final. Não encontrar o produto desejado — na quantidade, local e tempo corretos — é algo que causa transtornos e conduz à insatisfação do consumidor.

Temos, portanto, um processo capaz de influenciar todo o funcionamento do mercado, pois quando o estoque não é bem administrado a cadeia de suprimentos tem dificuldades para operar com eficiência.

O varejo não consegue atender às demandas do público, sofre com perdas financeiras e materiais e esse prejuízo é repassado para a indústria, que também terá seu faturamento reduzido.

O cliente se sente prejudicado e insatisfeito e pode procurar outra empresa para fazer suas compras, optar por uma marca diferente ou simplesmente desistir da aquisição. Qualquer que seja a opção, há impactos no planejamento estratégico empresarial e isso precisa ser muito bem avaliado.

O controle de estoque, portanto, é fundamental para o sucesso empresarial e equilíbrio do mercado, pois:

  • garante o fluxo da produção;
  • reduz desperdícios;
  • aperfeiçoa o planejamento de vendas;
  • favorece o compartilhamento de dados entre indústria e varejo;
  • melhora o armazenamento dos produtos;
  • evita rupturas e excessos;
  • melhora a reposição dos produtos nas gôndolas;
  • reduz o comprometimento do capital de giro.

Quais são os principais métodos da gestão de estoque?

A falta de visibilidade e precisão no gerenciamento do estoque é um grande desafio para gestores e empresários. A perigosa oscilação entre excesso e falta de produtos contribui para a baixa competitividade do negócio e, claro, para as perdas financeiras.

Aliás, uma pesquisa da McKinsey concluiu que os erros nesse processo geram um custo anual de mais de US$ 1,1 trilhão no varejo mundial.

Diante dessa situação, é imprescindível conhecer e saber aplicar o método de gestão de estoque adequado. Afinal, esse é o primeiro passo para atender às expectativas do cliente no PDV e garantir boas vendas.

Continue a leitura para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema e eliminar suas dúvidas a respeito do controle de estoque!

Open to Buy

O primeiro método de gestão do estoque a ser apresentado é o Open to Buy (OTB). Esse sistema permite que o gestor planeje, execute, avalie e faça as modificações necessárias para que o estoque esteja sempre no nível ideal.

Em resumo, podemos dizer que o Open to Buy é um plano de compras. Seu grande objetivo é permitir que o estoque esteja totalmente adequado às metas de vendas, assegurando que não faltem ou sobrem produtos.

Esse planejamento é feito com base em análise de dados. Realiza-se uma avaliação de informações sobre vendas já realizadas e sobre o comportamento do mercado e, assim, consegue-se projetar a reposição do estoque.

As variáveis trabalhadas nesse sistema

Para vender bem, é preciso comprar bem, não é mesmo? Com base em informações de vendas e de giro de produtos, a metodologia OTB consegue definir o nível ideal do estoque de acordo com o orçamento já definido. Para que isso seja possível, algumas variáveis são trabalhadas:

  • vendas;
  • margens;
  • estoques;
  • recebimentos (compras).

Após analisar a demanda e definir as margens que se busca atingir em cada categoria de produtos, é possível planejar o estoque de modo que o consumidor final seja atendido.

Make to Stock

O Make to Stock — ou Fazer para Estoque — (MTS) baseia-se na estratégia de combinar a produção industrial com o inventário e as previsões de demanda do cliente. A grande característica dessa metodologia é que os produtos são fabricados de acordo com uma previsão de vendas.

Obviamente, para que o sistema opere de maneira eficiente, é fundamental o acesso a dados reais e atualizados do varejo; caso contrário, há o risco de enfrentar excessos e rupturas nos estoques.

Essas particularidades fazem com que o método seja muito utilizado por empresas de bens de consumo, principalmente as que produzem e comercializam grandes volumes de itens. Afinal, o ritmo das vendas dita o fluxo da reposição dos produtos.

Em síntese, uma empresa que utiliza o método Make to Stock não define um ritmo de produção para posteriormente vender os itens. Na prática, ela faz uma estimativa de quantos produtos podem ser vendidos em determinado período e, assim, repõe o seu estoque.

O Make to Stock na prática

Afinal, como esse método pode ser aplicado no dia a dia de uma empresa? As indústrias podem utilizá-lo como preparação para períodos de grandes vendas.

Uma fábrica de chocolates, por exemplo, tem um aumento considerável de suas vendas na Páscoa. Com isso, para garantir que o varejo receba as mercadorias de acordo com a previsão de saídas, é preciso se preparar com antecedência.

Uma que costuma ser utilizada seria aumentar em 40% a produção nos três meses antecedentes à data. Perceba que a manufatura não aguardou o pedido para readequar a produção; ela já estava pronta para atender ao mercado.

Make to Availability

Make to Availability (MTA), também conhecido como Produção para Disponibilidade, é um modelo de gestão de estoque que se concentra em garantir que, sempre que necessário, o fornecimento dos produtos seja imediato.

Trata-se de uma evolução do Make to Stock, que era pouco eficiente em algumas situações, especialmente quando desencadeava um desequilíbrio na produção e gerava excessos e faltas de produtos nas gôndolas.

Todo o sistema se baseia em um ritmo de produção mais acelerado, o que faz com que os níveis de estoque e os prazos de distribuição sejam reduzidos. Ou seja, a produção atende à demanda do mercado de maneira mais estratégica.

Assim, a empresa atua de forma mais eficiente e se esforça para atingir a máxima performance. Para isso, há o intenso uso de dados — sobre o público-alvo, o mercado e a demanda — para que o planejamento da produção seja coerente e suficiente para suprir as necessidades do varejo.

Em resumo, o modelo faz com que a produção na indústria seja mais adequada ao consumo no ponto de venda. Naturalmente, essa característica favorece todos os envolvidos na cadeia de suprimentos, aumentando a rentabilidade das empresas e a satisfação do consumidor final.

Custo Médio

O Custo Médio, também conhecido como Média Ponderada Móvel, é um método que prevê o cálculo do valor do estoque sempre que há a entrada de novos produtos. Para isso, é feito o cálculo da média ponderada dos valores.

Essa média é obtida pela soma dos valores dos produtos antigos e novos dividida pela quantidade total de itens disponíveis em estoque.

O Custo Médio na prática

Para que você entenda melhor a aplicação desse método, preparamos um exemplo. Imagine o estoque de uma pequena farmácia em que existem medicamentos A, B e C comprados em datas diferentes e nas seguintes quantidades:

  • 10 medicamentos A comprados por R$ 2,90;
  • 10 medicamentos A comprados por R$ 1,95;
  • 20 medicamentos B comprados por R$ 22,00;
  • 10 medicamentos B comprados por R$ 19,00;
  • 25 medicamentos C comprados por R$ 44,00;
  • 15 medicamentos C comprados por R$ 46,50.

A soma dos valores dos medicamentos antigos e novos A é de R$ 48,50, a dos medicamentos B é de R$ 630,00 e a dos medicamentos C é de R$ 1.797,50. Desse modo, o total geral é de R$ 2.476,00. Considerando que o estoque tem 90 produtos, a média ponderada é de R$ 27,51.

Curva ABC

O último método abordado neste post é bastante conhecido dentro do setor de logística: a Curva ABC. Também conhecido como Curva de Pareto, o modelo tem como premissa a ideia de que uma boa parcela do custo total do estoque está relacionada a poucos itens.

Em números, cerca de 20% dos produtos em estoque correspondem a 80% do capital investido. E como essa classificação pode ser útil? É simples! Ela permite que o gestor identifique os produtos que mais merecem atenção e cuidado durante o armazenamento e a gestão.

Observe que a análise não considera o valor unitário de cada mercadoria. Uma loja de materiais de construção, por exemplo, pode ter em estoque sacos de cimento que custam R$ 33,00, tijolos que custam R$ 0,70 e uma máquina de corte que custa R$ 200,00.

Ocorre que, de acordo com a demanda, é preciso comprar 150 sacos de cimento, 2.000 tijolos e apenas 2 máquinas de corte. Por esse motivo, o gestor deve ter a seguinte ordem de prioridade:

  1. sacos de cimento (R$ 4.950,00);
  2. tijolos (R$ 1.400,00);
  3. máquina de corte (R$ 400,00).

Como um software de gestão pode facilitar o controle de estoque?

Todos esses modelos trazem seus benefícios e desvantagens, mas, considerando o atual contexto, o uso de tecnologia nesse processo vem se tornando uma necessidade, especialmente porque os erros durante a gestão de estoque geram diversos impactos negativos ao negócio — desde prejuízos financeiros a abalos em sua reputação perante o consumidor final.

Automatizar tarefas é, sem dúvidas, uma das decisões mais sábias que o gestor pode tomar, pois facilita o monitoramento dos dados e garante que as decisões sejam tomadas com mais segurança, pois podem, a partir de tecnologias, atender a real demanda do consumidor..

Os melhores softwares de gestão existentes no mercado contam com funcionalidades que fazem a diferença no cotidiano empresarial e garantem uma administração muito mais moderna e precisa, como:

  • registro de dados sobre o consumo no ponto de venda;
  • monitoramento de informações sobre nível de estoque em tempo real;
  • apresentação de dados sobre o vencimento dos itens;
  • automatização da entrada e da baixa de produtos do estoque;
  • emissão de alertas de ressuprimento de produtos e categorias.

Enfim, o uso de um sistema de gestão pode reduzir falhas humanas e possibilitar um controle de estoque muito mais eficiente e ágil. A consequência direta disso é uma atuação mais focada nas demandas do consumidor final, garantindo que jamais faltem produtos nas gôndolas e que a reposição dos itens seja suficiente e adequada.

Os métodos da gestão de estoque apresentados demonstram que, qualquer que seja a estratégia empregada ou o tipo de estoque adotado, é possível alcançar bons resultados e colocar a empresa em condições de disputar a preferência do consumidor.

O importante é que o gestor compreenda a importância de investir no controle do estoque e torná-lo mais eficiente. Lembrando que a escolha de bons sistemas e de metodologias adequadas são os primeiros passos para que indústria e varejo trabalhem com um estoque inteligente e capaz de gerar bons lucros.

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