Apesar da disponibilidade nas prateleiras, preços do café e do feijão disparam em setembro

O Índice de Ruptura da Neogrid, indicador que mede a ausência de produtos nas gôndolas dos supermercados brasileiros, apresentou estabilidade em setembro, mantendo a mesma taxa de 12,2% registrada em agosto de 2024. O indicador reflete o menor nível de ruptura geral dos últimos 13 meses. 

Ao contrário dos dados de agosto, os itens por categorias de produtos mostraram uma redução no índice de ruptura. Produtos como arroz, café, feijão e ovos, que tinham registrado aumento no mês anterior, apresentaram queda em setembro. No entanto, os preços do arroz, feijão e café subiram. O café em pó, amplamente consumido pelos brasileiros, por exemplo, sofreu elevação de 9,3% no preço médio por quilo de agosto para setembro.

Em todos os itens analisados, as maiores variações de ruptura foram: 

  • Ovos: de 20,2% para 17%; 
  • Arroz: de 9,5% para 7,8%. 
  • Feijão: de 9,8% para 8,7%; 
  • Café: de 11,7% para 11,4%; 

O café continuou a registrar estabilidade no indicador de ruptura de setembro ante agosto, saindo de 11,5% (agosto) para 11,4% (setembro), voltando aos mesmos patamares de julho. O número representa uma redução de 0,3% no comparativo mês após mês. 

Em relação às variações de preço, o café permanece enfrentando elevações. Em setembro, a versão em pó apresentou aumento médio por quilo do produto de 9,3% em relação a agosto. Desde janeiro de 2024, o preço para o consumidor do tipo em pó subiu 22%, enquanto a versão em grãos cresceu 9%. 

“Uma das principais razões para o aumento contínuo e significativo no preço do café é o impacto das mudanças do clima nas plantações, especialmente em países como Brasil e Vietnã”, explica Robson Munhoz, diretor de Customer Success da Neogrid. “Apesar da disponibilidade nas gôndolas, a atual redução da oferta internacional de café, somada à valorização do dólar, torna mais atrativa a venda ao mercado externo, o que diminui ainda mais a oferta disponível para o varejo brasileiro.” 

Ovo

A categoria observou uma diminuição de 3,2% na indisponibilidade, retornando à estabilidade vista nos últimos meses. Quanto aos preços, o monitoramento revela uma queda contínua: em setembro, o produto alcançou seu menor valor desde abril, com a média de R$ 10,55, após ter atingido o pico de R$ 11,98 naquele mês. 

Feijão 

O feijão também registrou queda de 1,1% no índice de ruptura em relação ao mês anterior. Em contrapartida, os preços subiram: o feijão-preto aumentou 9% e o feijão-carioca, 2% no mesmo período. 

Arroz 

O arroz apresentou um índice de 7,8% de indisponibilidade nas prateleiras dos supermercados brasileiros – redução de 1,9% na comparação com o mês anterior. De acordo com o levantamento da Neogrid, esse é o segundo menor patamar dos últimos 14 meses – atrás apenas de abril de 2024 (7,6%). 

Em setembro versus agosto, o preço do arroz parboilizado aumentou 4,2%, enquanto o arroz branco registrou crescimento de 3,4%. 

 

O que é ruptura 

Ruptura é um indicador que mostra a porcentagem de produtos em falta em relação ao total de itens de uma loja considerando o catálogo total de produtos. Por exemplo: se um varejo vende 10 marcas de água mineral de 500 ml e uma delas está sem estoque, a ruptura desse produto é de 10%. Calculado com base no mix de cada loja, o índice não considera o histórico de vendas e independe da demanda. 

Outro caso de ruptura pode ser observado quando o arroz parboilizado deixa de integrar o estoque da loja e outros tipos, como o integral, agulhinha ou arbóreo, continuam disponíveis. Em todos os casos, o termo “estoque” considera todo o espaço físico do varejo, incluindo a gôndola e o local de armazenagem para produtos ainda não presentes na prateleira. 

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