
Após três meses consecutivos de estabilidade, o Índice de Ruptura da Neogrid, indicador que mede a ausência de produtos na gôndola dos supermercados brasileiros, voltou a registrar um leve aumento e chegou a 12,6% em novembro — variação de 0,4 pp em relação a outubro.
“O aumento, embora modesto, reflete o impacto da Black Friday no varejo. Novembro foi positivo para os supermercados, que já vinham se preparando com estoques antecipados, o que explica a estabilidade observada nos meses anteriores”, explica Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da Neogrid. “O alto volume de vendas durante o período contribuiu para a leve elevação da indisponibilidade de produtos, enquanto o ritmo de reposição se manteve mais lento. Isso evidencia a importância de soluções como as oferecidas pela Neogrid, que garantem o equilíbrio e a eficiência da cadeia de suprimentos.”
O leite e seus derivados, como manteiga, margarina e requeijão, tiveram as maiores variações do indicador de ruptura nos supermercados. O leite UHT, por exemplo, apresentou alta de 1,8 pp na falta, subindo de 10,1%, em outubro, para 11,9% em novembro. Em contrapartida, os preços desses produtos permaneceram estáveis no período e, em alguns casos, até caíram, como o requeijão, que ficou 1,6 pp mais barato, passando de R$ 49,26, em outubro, para R$ 48,45 em novembro.
Ruptura das categorias que se destacaram neste mês:
- Leite: de 10,1% para 11,9%;
- Margarina: de 7,8% para 9,9%;
- Requeijão: de 7,7% para 8,3%;
- Manteiga: de 5,3% para 6,7%;
- Cerveja: de 10,7% para 11,4%;
- Feijão: de 9,8% para 10,6%;
- Azeite: de 6,8% para 7,1%.
Leite
A taxa de indisponibilidade do leite alcançou 11,9%, aumentando 1,8 pp em novembro sobre o mês anterior. A taxa de ruptura de algumas marcas e tipos do produto tem mostrado uma tendência de alta desde setembro, quando o índice estava em 8,4%.
Em relação aos preços, houve uma queda nas três categorias analisadas. O leite integral registrou uma redução de 4,3 pp no preço médio por litro, passando de R$ 5,98, em outubro, para R$ 5,72 em novembro. Já o desnatado ficou 2,9 pp mais barato, saindo de R$ 6,02 para R$ 5,84. O tipo semidesnatado teve a menor retração entre as categorias (1 pp), baixando de R$ 5,85 para R$ 5,76 no mesmo período.
Variação de preço do leite:
Margarina
A margarina, um dos derivados do leite mais consumidos pelos brasileiros, também registrou aumento na indisponibilidade, subindo 2,1 pp. Em outubro, a taxa foi de 7,8%, e em novembro atingiu 9,9%. Esse é o maior índice desde outubro do ano passado, representando uma variação de 23,75 pp nos últimos 14 meses. Por outro lado, o preço médio por quilo da margarina permaneceu estável, passando de R$ 18,06, em outubro, para R$ 18,07 em novembro.
Variação de preço da margarina:
Requeijão
O requeijão registrou aumento no Índice de Ruptura, passando de 7,7%, em outubro, para 8,3% em novembro – alta de 1,7 pp. O item vinha apresentando uma tendência estável após o pico de 11,3% em julho de 2024, com uma queda para 7,4% em setembro, naquela que foi a segunda menor taxa registrada pelo produto nos últimos 14 meses. Apesar do aumento na indisponibilidade, o preço médio por quilo do requeijão teve uma leve queda de 1,6 pp em novembro, passando de R$ 49,26, em outubro, para R$ 48,45.
Variação de preço do requeijão:
Manteiga
Em um cenário similar, a manteiga teve um aumento de ruptura de 1,8 pp em novembro. Trata-se do primeiro aumento de indisponibilidade desde julho deste ano, quando o item chegou à taxa mais alta de ruptura dos últimos 14 meses (10,7%). Após o pico, o produto apresentou queda nos meses seguintes, atingindo seu menor índice do período em outubro (5,3%). O valor médio por quilo da manteiga continuou estável em novembro, com ligeira redução de 0,1 pp ante o mês anterior (de R$ 75,65 para R$ 75,57).
Variação de preço da manteiga:
Feijão
Em novembro, o grão apresentou estabilidade, com um aumento moderado de 0,8 pp na indisponibilidade nas gôndolas dos supermercados, passando de 9,8%, em outubro, para 10,6%. Quanto ao preço da leguminosa, o feijão-carioca registrou uma redução de 1,4 pp no preço médio por quilo, caindo de R$ 7,69, em outubro, para R$ 7,58. Já o feijão-preto manteve o preço estável, permanecendo em R$ 9,31.
Variação de preço do feijão:
Cerveja
A cerveja teve um leve aumento na indisponibilidade para os consumidores brasileiros, passando de 10,7%, em outubro, para 11,4% em novembro. Em relação ao preço, houve redução em todas as categorias monitoradas, com destaque para a cerveja sem álcool, que registrou uma queda de 1,2 pp no preço médio por litro, passando de R$ 21,03, em outubro, para R$ 20,77 em novembro. A cerveja clara, o tipo mais consumido no país, teve uma leve diminuição, caindo de R$ 15,08, em outubro, para R$ 15,04 em novembro.
Variação de preço da cerveja:
Azeite de oliva
O Índice de Ruptura do azeite permaneceu estável em novembro, com variação de apenas 0,3 pp. O produto, que já chegou a alcançar taxas de 17,5% em janeiro deste ano, agora registra 7,1% em novembro – queda de 59% no período. Quanto aos preços, o valor médio por litro do azeite de oliva virgem subiu de R$ 96,77, em outubro, para R$ 97,48. Já o azeite extravirgem teve uma leve redução, passando de R$ 114,84 para R$ 113,20.
Variação de preço do azeite de oliva:
O que é ruptura
Ruptura é um indicador que mostra a porcentagem de produtos em falta em relação ao total de itens de uma loja considerando o catálogo total de produtos. Por exemplo: se um varejo vende 10 marcas de água mineral de 500 ml e uma delas está sem estoque, a ruptura desse produto é de 10%. Calculado com base no mix de cada loja, o índice não considera o histórico de vendas e independe da demanda.
Outro exemplo de ruptura pode ser observado quando o arroz parboilizado deixa de estar disponível no estoque da loja e outros tipos, como o integral, agulhinha ou arbóreo, continuam disponíveis. Em todos os casos, o termo “estoque” considera todo o espaço físico do varejo, incluindo a gôndola e o local de armazenagem para produtos ainda não disponíveis na prateleira.