Itens básicos do café da manhã são destaque em lista de indisponibilidade em supermercados do Brasil

Após subir em maio, o Índice de Ruptura da Neogrid, indicador que mede a ausência de produtos nas gôndolas dos supermercados brasileiros, registrou estabilidade em junho, ao variar apenas 0,1% em um mês. Manteiga, ovos e leite foram os produtos com a maior destaque em variação de ruptura nas prateleiras no período. 

De todos os itens analisados, os números das maiores variações de ruptura foram: 

  • Ovos: de 16,6% para 17,1%; 
  • Leite: de 11% para 14,8%; 
  • Manteiga: de 8,1% para 10,5%
  • Arroz: de 9,7% para 10,2%; 
  • Café: de 8,8% para 9,9%. 

Derivados do leite também apresentaram alta no preço, embora tenham mostrado queda no Índice de Ruptura em meses anteriores. 

Leite
“A alta do preço do leite deve-se à redução da produção no campo, resultando em aumento de valor para o consumidor na gôndola e refletindo, consequentemente, em toda a cadeia de derivados, como a manteiga”, explica Robson Munhoz, diretor de Customer Success da Neogrid.  

Manteiga 
A manteiga, assim como os ovos, contrasta com a queda registrada no índice desde janeiro de 2024. O item começou o ano com uma ruptura de 9%, caiu para 7,6% em abril e, em junho, foi listado com um dos maiores aumentos, com 10,5%. Esse número é o maior desde agosto de 2023. 

Ovo
O aumento da ruptura do ovo, outro item bastante presente na mesa do café da manhã do brasileiro, contrasta com a queda na ruptura observada durante os primeiros meses deste ano. O item iniciou 2024 com 20,6% de indisponibilidade nas gôndolas, caiu para 16,6% em maio e voltou a crescer em junho, ao alcançar 17,1%. 

Café
Na lista deste mês, o café não obteve grande salto em termos de ruptura, mas segue em subida ininterrupta desse número desde janeiro de 2024, quando passou de 7,4% para 9,9%. 

“As variações climáticas ao longo de 2023 ainda geram reflexos na safra deste ano, especialmente dos grãos que necessitam de tempo entre o desenvolvimento e a colheita, como o café, o que resulta em elevação do preço e da disponibilidade final no varejo”, afirma  Luiza Zacharias, head de Insights da Neogrid. 

“A atual redução da oferta internacional de café aliada à alta do dólar estimulam a exportação, tornando mais atrativo para o produtor interno vender para o mercado internacional, reduzindo ainda mais a oferta para o varejo brasileiro”, complementa.

Arroz 

Deixando de lado a lista de itens mais populares no café da manhã, o arroz ganha destaque em junho ao continuar com um alto índice de indisponibilidade. Em maio, a ruptura disparou de 7,6% para 9,7%, chegando a 10,2% em junho.  

“A alta se manteve principalmente devido às fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que geraram desafios no abastecimento devido às dificuldades no escoamento da produção, apesar de grande parte da safra já ter sido colhida”, diz Luiza. 

O que é ruptura 

Ruptura é um indicador que mostra a porcentagem de produtos em falta em relação ao total de itens de uma loja considerando o catálogo total de produtos. Por exemplo: se um varejo vende 10 marcas de água mineral de 500 ml e uma delas está sem estoque, a ruptura desse produto é de 10%. Calculado com base no mix de cada loja, o índice não considera o histórico de vendas e independe da demanda. 

Outro exemplo de ruptura pode ser observado quando, por exemplo, o arroz parboilizado deixa de estar disponível no estoque da loja e outros tipos, como o integral, agulhinha ou arbóreo, continuam disponíveis. Em todos os casos, o termo “estoque” considera todo o espaço físico do varejo, incluindo a gôndola e o local de armazenagem para produtos ainda não disponíveis na prateleira. 

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