Preço do café varia 66% nos últimos 12 meses nos supermercados brasileiros

Índice de Ruptura da Neogrid mostra que, além do grão, ovos, açúcar e azeite registraram ruptura no início deste ano

O Índice de Ruptura da Neogrid, indicador que mede a falta de produtos nas gôndolas dos supermercados brasileiros, registrou aumento em janeiro e a ruptura geral chegou a 13,7% – variação de 0,9 ponto percentual (p.p.) em relação a dezembro do ano passado. Este é o primeiro resultado superior a 13% desde agosto de 2024, após meses de estabilidade do índice na faixa dos 12% – nos últimos três meses, o indicador já vinha mostrando uma tendência de crescimento. Um dos destaques em aumento de ruptura é o café em janeiro, que subiu 2,1 p.p. ante o mês anterior, e que apresenta variação de preço de 66% em relação aos últimos 12 meses.  

O aumento ocorre em um momento em que o varejo já começa a sentir os impactos da desaceleração no consumo no país”, afirma Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da Neogrid. “Com o preço dos alimentos elevado e o poder de compra do brasileiro mais pressionado, a reposição de estoques fica mais lenta e resulta na falta de alguns tipos de produtos e marcas nas prateleiras, agravando ainda mais o cenário. 

Ruptura das categorias que se destacaram em janeiro de 2025: 

  • Ovos: de 16,7% para 19,7%; 
  • Café: de 9% para 11,1%; 
  • Açúcar: de 8,9% para 10%; 
  • Azeite: de 6,6% para 7,6%. 

Ovos 

A indisponibilidade dos ovos aumentou 3 p.p., crescendo de 16,7% em dezembro de 2024 para 19,7% em janeiro de 2025. Nos preços, os ovos brancos tiveram um leve reajuste, subindo de R$ 11,06 para R$ 11,25. Já os tipos caipira e de codorna registraram queda, passando de R$ 13,43 para R$ 15,05 e de R$ 9,22 para R$ 8,26, respectivamente.

Variação de preço do ovos

Café 

A ruptura de algumas marcas e tipos de café cresceu, atingindo 11,1% em janeiro – aumento de 2,1 p.p. ante o mês anterior. Em relação aos preços, o consumidor segue experimentando um amargor extra no bolso, já que o produto teve uma variação média de até 66% ao longo de 2024. Na lista deste mês, o valor do café em pó subiu 7%, passando de R$ 21,94 para R$ 23,48, enquanto o café em grãos teve uma redução, caindo de R$ 50,14 para R$ 44,47. 

A alta nos preços está ligada a crises climáticas que afetaram a produção ao longo do último ano. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, as chuvas recentes nas regiões produtoras podem favorecer a safra 2025/26, embora os produtores sigam atentos às previsões de altas temperaturas, uma vez que o calor excessivo pode comprometer a qualidade do grão. 

Variação de preço do café

Açúcar 

A indisponibilidade do açúcar subiu 1,1 p.p. em janeiro, chegando a 10% e retomando ao nível de agosto de 2024 depois de um período de estabilidade entre setembro e dezembro. Em relação aos preços, o açúcar cristal variou 2,9%, passando de R$ 9,40 para R$ 9,68. O mascavo também teve alta, saindo de R$ 15,09 para R$ 15,34, ao passo que o refinado se manteve estável em R$ 5,85. 

Variação de preço do açúcar

Azeite 

Após meses de equilíbrio e tendência de queda monitorada desde julho de 2024, o azeite voltou a subir neste mês, registrando alta de 1 p.p. e alcançando 7,6% de ruptura. Apesar do aumento, o cenário é mais favorável que o do início do ano passado, quando o índice do produto era de 17,5%. Nos preços, o azeite de oliva virgem teve uma leve redução, de R$ 48,14 para R$ 47,91, enquanto o extravirgem subiu de R$ 49,44 para R$ 50,18. 

Variação de preço do azeite: 

O que é ruptura? 

Ruptura é um indicador que mostra a porcentagem de produtos em falta em relação ao total de itens de uma loja considerando o catálogo total de produtos. Por exemplo: se um varejo vende 10 marcas de água mineral de 500 ml e uma delas está sem estoque, a ruptura desse produto é de 10%. Calculado com base no mix de cada loja, o índice não considera o histórico de vendas e independe da demanda. 

Outro exemplo de ruptura pode ser observado quando o arroz parboilizado deixa de estar disponível no estoque da loja e outros tipos, como o integral, agulhinha ou arbóreo, continuam disponíveis. Em todos os casos, o termo “estoque” considera todo o espaço físico do varejo, incluindo a gôndola e o local de armazenagem para produtos ainda não disponíveis na prateleira. 

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