O mês de fevereiro registrou queda na indisponibilidade de produtos nas gôndolas das principais redes de supermercados do país. É o que mostra o levantamento da Neogrid, empresa especializada em soluções para a gestão da cadeia de suprimentos e que todo mês divulga o índice de ruptura a partir de dados da sua plataforma. Já o levantamento da HORUS – startup de inteligência de mercado com foco em dados de consumo, integrante do ecossistema de empresas adquiridas pela Neogrid – indica mudanças no hábito de compra.
No mês passado, o índice geral de ruptura ficou em 10,9%, diante de 11,7% registrado em janeiro. A diminuição pode ser explicada pela redução no sortimento de mercadorias nas gôndolas – reflexo de fatores como inflação em alta, perda do poder aquisitivo e instabilidades no mercado internacional de commodities face o conflito Rússia-Ucrânia.
“Tanto do varejo quanto da indústria, a percepção que tivemos é que fevereiro foi um mês melhor em vendas, mas de produtos mais baratos: há essa migração e, quando o consumidor encontra uma oferta, ele acaba comprando mais”, explica Robson Munhoz, CCSO (Chief Customer Success Officer) da Neogrid.
De acordo com Munhoz, nesse sentido, a ruptura caiu não apenas pela busca de produtos mais baratos, mas também porque o sortimento reduziu – sem a reposição de itens e/ou marcas mais caras, por exemplo.
“Há a redução de sortimento tanto sob um movimento da indústria em querer repassar o menor aumento de preço quanto do próprio varejista. Então, o setor supermercadista, entendendo que não vai vencer a inflação, reduz seu mix de marcas e itens – e nisso as marcas mais caras somem”, complementa.
Leite – Após três meses em ruptura crescente, fevereiro anotou uma queda: 15,30%, diante de 17,30% no mês anterior. Essa foi uma categoria que, de acordo com os dados da Neogrid, registrou menor sortimento, com consequente venda de itens mais baratos, no mês de fevereiro. Devido à redução no preço médio ao longo dos últimos meses, o item vem mantendo tendência de alta no carrinho de compras desde janeiro. Segundo a HORUS, houve aumento na incidência em fevereiro/2022 quando comparado a janeiro/2022, de 13% para 14,1%. Só nos dois primeiros meses de 2022, a presença do leite UHT na cesta de compras acumulou alta de 2,2 pontos percentuais.
Índice de ruptura de Leite Longa Vida
Mais venda de manteiga, margarina e iogurte – Já relacionado ao aumento sequencial da inflação e ao aumento do custo de vida para alimentação fora de casa, dois produtos que parecem ter refletido esses cenários foram a manteiga e a margarina, assim como o iogurte.
Com a manteiga, a ruptura vem aumentando desde dezembro de 2021 (5,7%), com 8,1% em janeiro e 10,9% no mês passado. Já a margarina teve maior ruptura em fevereiro (8,9%) que em janeiro (7,7%).
Em fevereiro, a HORUS constatou uma retração na incidência de manteiga nos cupons de compra em relação a janeiro/2022, caindo de 3,3% para 3,0% a presença deste item no carrinho de compras, enquanto houve um aumento na incidência de margarina, no mesmo período, de 7,1% para 7,2%. Apesar de o aumento do preço médio da margarina ter sido superior ao da manteiga nos últimos 12 meses (36% contra 9%), a margarina ainda tem uma presença maior no carrinho de compras, por apresentar um preço médio por quilo bem inferior ao da manteiga (R$ 15 contra R$ 50), sendo, portanto, uma opção mais econômica para o consumidor.
Índice de ruptura de Margarina
Índice de ruptura de Manteiga
A ruptura de iogurte, por sua vez, também segue tendência de alta nos últimos meses: saiu de 9,8% em dezembro para 11,4% em janeiro e 12,5% em fevereiro. Segundo a HORUS, o produto está mais presente no carrinho de compras. Enquanto em 2021, a incidência média foi de 7,3%, em janeiro e fevereiro de 2022 este indicador superou os 8%, sendo de 8,5% e 8,2%, respectivamente. “O aumento da ruptura da margarina, e, consequentemente, das vendas, aparentemente tem um efeito culinário, já que, por questões econômicas, a alimentação dentro de casa volta a ser mais vantajosa; a manteiga segue linha semelhante, embora para consumo direto, e não para fins culinários”, explica Robson Munhoz. “Iogurte, por sua vez, traz consigo um efeito de indulgências: aquele consumidor habituado a comer no restaurante passa a comer em casa, então, ele enxerga a indulgência como um prêmio e compra mais itens que reflitam isso, como o iogurte”, complementa.
Índice de ruptura de Iogurte
Azeite – Com aumento na ruptura de 2,1% entre janeiro e fevereiro, o preço médio do azeite aumentou 3,2% no último mês, acumulando uma alta de 19% nos últimos 12 meses. Apesar do aumento, o produto continua presente no carrinho de compras do consumidor, tendo apresentado um leve aumento na incidência de 0,2 ponto percentual de janeiro para fevereiro.
“Por outro lado, o varejista, preocupado com o aumento de preço do produto, pode ter reduzido o volume de compra do produto, gerando eventual desabastecimento da loja e, por conseguinte, aumento da ruptura”, conclui Luiza Zacharias, diretora de novos negócios da HORUS.
Índice de ruptura de Azeite
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A Neogrid é uma empresa de tecnologia e inteligência que desenvolve soluções para a gestão da cadeia de consumo. Há 24 anos no mercado, construiu um ecossistema de dados e negócios que conecta varejos, indústrias e distribuidores no Brasil e nos mercados mais competitivos do mundo. Com cases de sucesso em empresas de grande porte, tem como principal objetivo aumentar as vendas e a rentabilidade das empresas.
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