Ruptura nos supermercados avança pelo segundo mês seguido e atinge 13,6% em junho

Índice da Neogrid mostra aumento na falta de alimentos básicos, com destaque  para ovos, leite, açúcar e café; clima e câmbio pressionam abastecimento e preços 

O Índice de Ruptura da Neogrid, que mede a falta de produtos nas gôndolas dos supermercados brasileiros, fechou junho em 13,6% – um avanço de 1,3 ponto percentual (p.p.) em relação a maio, quando o indicador marcou 12,3%. Esse é o segundo mês consecutivo de aumento, impulsionado por categorias de alimentos básicos como arroz, feijão, azeite, café, ovos e açúcar. 

“O aumento do índice em junho reflete um contexto mais desafiador para a cadeia de abastecimento com influência direta de fatores econômicos e climáticos”, analisa Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da Neogrid. Ele acrescenta que, além da valorização do dólar e das tensões no comércio global, o clima instável em regiões produtoras no Brasil tem impactado safras importantes, exigindo mais atenção de varejistas e indústrias na gestão de estoques. “Do lado do consumidor, mesmo com alguma desaceleração, os preços seguem altos para alguns itens essenciais, mantendo o orçamento sob pressão e o poder de compra em constante alerta.” 

Categorias que se destacaram em junho de 2025 no Brasil: 

  • Ovos: de 20,4% para 20,7%; 
  • Leite: de 11,4% para 13,9%; 
  • Açúcar: de 10,4% para 11%; 
  • Azeite: de 7,4% para 10,4%; 
  • Café: de 9,8% para 10,4%; 
  • Feijão: de 7% para 9,5%; 
  • Arroz: de 7,6% para 9,2%; 

Ovos de aves 

Depois de uma breve redução observada em maio, a categoria de ovos voltou a registrar incremento na sua indisponibilidade, passando de 20,4% para 20,7% em junho – variação de 0,3 p.p. No mesmo período, em contrapartida, os preços da categoria apresentaram queda. Os ovos brancos recuaram 2,2% (de R$ 12,83 para R$ 12,55), enquanto os vermelhos caíram 6% (de R$ 13,44 para R$ 12,63) e os caipiras tiveram redução de 2,7% (de R$ 14,92 para R$ 14,51). 

O valor médio das embalagens com seis unidades foi de R$ 7,75, ao passo que as embalagens com 12 unidades ficaram em R$ 13,10. Já as embalagens com 20 e 30 unidades tiveram preço médio de R$ 18,51 e R$ 23,48, respectivamente. 

Variações de preço dos ovos de aves: 

Variações de preço dos ovos por embalagem: 

Leite 

Em junho, o leite registrou aumento de 2,5 p.p. em relação ao mês anterior, passando de 11,4% para 13,9%. Esse movimento esteve associado a fatores como menor oferta do produto, impactada por condições climáticas adversas no sul do país. No que se refere aos preços, o produto manteve estabilidade mês ante mês com valor médio do tipo integral custando R$ 5,85 por litro. 

Açúcar 

A ruptura do açúcar também voltou a subir, saindo de 10,4% em maio para 11% em junho – variação de 0,6 p.p. Em relação aos preços, o açúcar refinado passou de R$ 4,76 para R$ 4,86 por quilo. Já o açúcar cristal teve elevação de R$ 4,26 para R$ 4,36 por quilo. 

Açúcar 

A ruptura do açúcar também voltou a subir, saindo de 10,4% em maio para 11% em junho – variação de 0,6 p.p. Em relação aos preços, o açúcar refinado passou de R$ 4,76 para R$ 4,86 por quilo. Já o açúcar cristal teve elevação de R$ 4,26 para R$ 4,36 por quilo.

 

Café 

A ruptura do café cresceu de 9,8% em maio para 10,4% em junho, mantendo a tendência de alta observada nos últimos meses. Os preços continuam em patamares elevados, com o café em pó registrando aumento no valor médio, que saiu de R$ 79,90 e chegou a R$ 82,06 por quilo. Já o café em grãos subiu de R$ 127,88 para R$ 135,40 por quilo. 

Feijão 

O feijão foi outra categoria com destaque no mês, apresentando elevação de ruptura de 2,5 p.p., passando de 7% para 9,5%. O comportamento dos preços foi misto: o feijão-carioca registrou aumento, com o valor médio saindo de R$ 6,95 para R$ 7 por quilo. Em contrapartida, o feijão-preto caiu de R$ 6,54 para R$ 6,32, e o feijão-vermelho subiu de R$ 13,78 para R$ 13,90 por quilo. 

Arroz 

A ruptura do arroz avançou 1,6 p.p. em junho, fechando o mês em 9,2%. A categoria foi afetada pelas chuvas no sul do país, o que comprometeu a oferta de algumas variedades. Em relação aos preços, o arroz branco apresentou queda, passando de R$ 5,76 para R$ 5,69 por quilo. O arroz integral também recuou, de R$ 5,28 para R$ 5,16. Já o arroz parboilizado foi o único tipo que registrou aumento, subindo de R$ 10,72 para R$ 11,10 por quilo. 

O que é ruptura? 

Ruptura é um indicador que mostra a porcentagem de produtos em falta em relação ao total de itens de uma loja considerando o catálogo total de produtos. Por exemplo: se um varejo vende 10 marcas de água mineral de 500 ml e uma delas está sem estoque, a ruptura desse produto é de 10%. Calculado com base no mix de cada loja, o índice não considera o histórico de vendas e independe da demanda. 

Outro exemplo de ruptura pode ser observado quando o arroz parboilizado deixa de estar disponível no estoque da loja e outros tipos, como o integral, agulhinha ou arbóreo, continuam disponíveis. Em todos os casos, o termo “estoque” considera todo o espaço físico do varejo, incluindo a gôndola e o local de armazenagem para produtos ainda não disponíveis na prateleira. 

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