Como o blockchain impacta o varejo e a cadeia de suprimentos?

O uso estratégico da tecnologia representa um importante diferencial para atuar em um mercado tão competitivo como o atual. Cada vez mais soluções digitais e conceitos como Internet das Coisas (IoT) e Machine Learning são aplicados para otimizar processos. Nesse contexto, o blockchain surge com potencial para causar grandes impactos.

Trata-se de uma tecnologia extremamente inovadora que pode ser utilizada em diversos setores do mercado. Entretanto, na cadeia de suprimentos o blockchain já é uma realidade — e quem souber tirar proveito disso pode melhorar significativamente sua produtividade.

Neste post, explicaremos o que é o blockchain, como ele pode ser aplicado na supply chain e quais as vantagens de fazer isso. Confira!

O que é blockchain?

O blockchain — também conhecido como “protocolo de confiança” — é uma tecnologia de registro de dados que funciona por meio de uma estrutura descentralizada. Grosso modo, ao contrário do modelo atual utilizado por redes de comunicação ou transações em geral, ele não armazena esses registros em um único lugar.

São bases de dados distribuídas e compartilhadas que têm como função criar um índice global para controle das trocas de informação. Seu funcionamento é similar ao de um livro-razão — nele, todas as operações feitas são registradas para que seja possível checar, por exemplo, de onde vieram e para onde vão os dados.

Só que, nesse caso, esse registro é compartilhado, gerando a possibilidade de uma transação ser feita entre duas partes sem a necessidade de uma terceira para intermediar e registrar, por exemplo, a origem, o destino e o valor. Isso significa que todo “participante” pode ter uma cópia do livro-razão.

O sigilo das transações é garantido por meio da criptografia dos dados trocados e somente os participantes têm acesso às chaves para descriptografar. Além disso, quando conectados à rede, os computadores compartilham os registros para que os chamados miners (mineradores) possam fazer a checagem e validar a operação.

A mineração é a montagem dos blocos de dados entre si. Os miners reúnem as novas transações e verificam sua legitimidade. Para isso, eles fazem um complexo cálculo de checagem do hash da transação, que nada mais é do que um extenso número relacionado à validade da criptografia — como se fosse sua impressão digital.

A origem do blockchain está intimamente ligada à criação do bitcoin. Trata-se do código fonte original dessa criptomoeda. Rapidamente, algumas instituições financeiras se interessaram pela tecnologia, pois ela tem potencial para estabelecer organizações autônomas descentralizadas.

No entanto, as possibilidades de aplicação do blockchain vão muito além da mediação de operações bancárias. Afinal, estamos falando de uma tecnologia inovadora para registro de trocas de dados.

Como funciona o blockchain na cadeia de suprimentos?

A supply chain é composta de uma série de processos que tem início na identificação de uma demanda do cliente e segue com a compra de materiais, a produção, a organização do espaço físico, venda, entrega etc. Essa complexa relação depende de um ciclo de acontecimentos que, inevitavelmente, envolve trocas de dados e o registro dessas operações.

Com a inserção do blockchain na cadeia de suprimentos, há uma transformação radical e muito positiva. Para começar, ele permite o registro contábil de todas as transações realizadas de forma descentralizada.

Além disso, é possível estabelecer um monitoramento mais preciso sobre cada etapa dos processos. Para isso, o blockchain permite rastrear cada produto desde o insumo até a entrega final ao consumidor. E como isso é feito?

Uma empresa que lida com produtos alimentícios, por exemplo, pode rastrear cada item com base no número do lote, detalhes da origem, data de validade, dados da fábrica, data do processamento etc. Com o registro descentralizado dessas informações, a empresa deixa de depender diretamente dos dados do fornecedor e monitora mais de perto o processo como um todo.

Os três pontos principais são segurança, rastreabilidade e transparência. Até mesmo a geração de contratos comerciais pode se tornar mais segura e ágil, com assinaturas digitais e registros autenticados entre ambas as partes — algo que também já está sendo utilizado por instituições jurídicas e empresas de advocacia, por exemplo.

Resumidamente, o blockchain é inserido na cadeia de suprimentos como um protocolo de confiança para as operações, oferecendo rastreabilidade e segurança para o varejista. Os benefícios, como mostraremos a seguir, são muitos.

Quais são os benefícios?

Os impactos do blockchain podem ser identificados tanto do ponto de vista operacional (na supply chain) quanto do estratégico (no negócio como um todo). Destacaremos aqui os mais relevantes.

1. Controle ampliado

Primeiramente, a blockchain permite o registro de um volume maior de dados relacionados aos materiais comprados: preço, data, localização, certificação, qualidade etc. Com isso, a rastreabilidade se torna mais precisa, beneficiando a gestão de setores como o estoque, compras, vendas e marketing.

Isso também inclui o aumento da visibilidade dos contratos de manufaturas terceirizadas, permitindo que o varejista cheque se os acordos estão em conformidade. Para complementar, as perdas com possíveis falsificações são reduzidas.

2. Aumento da transparência

Assim como o varejista pode se beneficiar com o compliance nas relações com seus fornecedores, a transparência com os clientes também tem suas vantagens. O blockchain faz com que as informações registradas sejam mantidas inalteradas, além de disponibilizá-las para todos os envolvidos.

Por um lado, os fornecedores podem acompanhar mais de perto a cadeia de suprimentos do varejista e se programarem para repor no tempo certo. Por outro, a empresa estabelece uma imagem de confiança frente aos seus clientes.

3. Redução de riscos e custos

Com um monitoramento mais eficiente ao longo da supply chain, o blockchain promove um controle maior sobre o uso dos recursos. Em outras palavras, o risco de desperdício e perdas é reduzido. No caso de itens perecíveis, por exemplo, esse é um controle que pode impactar diretamente no faturamento da empresa.

Consequentemente, o custo tende a ser menor.

4. Adequação às novas demandas do mercado

Recentemente, a União Europeia adotou novas regulamentações que exigem das empresas o fornecimento de informações mais precisas sobre seus produtos e serviços. O objetivo é fiscalizar mais de perto questões como qualidade e procedência, promovendo a transparência dos processos empresariais.

Esse tipo de medida deve se tornar cada vez mais comum em todo o mundo, inclusive no Brasil. O controle de alimentícios, por exemplo, pode se tornar mais eficiente, fortalecendo a indústria e o varejo — além de evitar práticas que gerem desperdício ou competição desleal no mercado.

Nesse sentido, o blockchain se mostra uma ferramenta extremamente útil e vem sendo amplamente adotado por empresas europeias. Afinal, ele permite esse registro detalhado das informações. Por isso, sua utilização pode facilitar a adequação às novas demandas do mercado — tanto as legais quanto as que provêm do consumidor.

Como você pôde ver, trata-se de uma grande transformação na dinâmica atual da cadeia de suprimentos. Faça do blockchain um diferencial competitivo e conquiste resultados cada vez melhores para sua empresa!

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