Veja como o Efficient Consumer Response estreita a cooperação entre indústria e varejo

A era da transformação digital está provocando mudanças rápidas, forçando os consumidores e as empresas a se adaptarem a um ritmo desafiador. As indústrias estão integradas a um ambiente dinâmico, enfrentando mercados extremamente voláteis afetados pela era da informação, consumidores mais exigentes e com maior poder de decisão e novos formatos de varejo. Então como enfrentar questões como aumento de custos e perdas de produtividade, de vendas e de participação de mercado? A resposta está na Resposta Eficiente ao Consumidor ou em inglês Efficient Consumer Response (ECR), com a cooperação entre indústria e varejo.

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Trata-se de um movimento voluntário, baseado na mudança e na melhoria contínua, que afeta toda a cadeia de produção e distribuição de produtos de grande consumo.

Competidores atuando colaborativamente com o Efficient Consumer Response

O Efficient Consumer Response é um movimento global, no qual empresas da manufatura e do varejo, juntamente com os demais integrantes da cadeia de abastecimento (operadores logísticos, bancos, fabricantes de equipamentos e veículos, empresas de informática), trabalham em conjunto em busca de padrões comuns. A ECR Brasil lidera este movimento no país.

O objetivo desta aliança estratégica é reestruturar a maneira como os negócios são feitos. Nela, todos os parceiros de negócio do supply chain atuam colaborativamente para proporcionar maior valor ao consumidor final, de maneira mais rápida e com menor custo.

No estudo Value-adding partnerships and co-opetition in the grocery industry (Parcerias de valor agregado e co-opetição no segmento de mercearias e minimercados) os autores propõem esse novo termo “co-opetição” – cooperação + competição. Nessa nova visão do Efficient Consumer Response, a cooperação entre indústria e varejo não acontece de forma linear, mas, sim, formando uma malha colaborativa e estabelecendo uma competição saudável entre os parceiros de negócio.

Dessa forma, os membros da cadeia de suprimentos têm ambos os tipos de relacionamento – competição e cooperação – ao mesmo tempo. É uma diferença de paradigma em que a principal ideia é de que “juntos somos mais fortes”.

Integração eficiente para uma resposta rápida ao consumidor

Como foi dito, o Efficient Consumer Response busca promover uma real integração entre os elos da cadeia de abastecimento. O relacionamento das empresas com seus parceiros deve evoluir de um modelo de parceria para um modelo simbiótico (associação de dois indivíduos de espécies diferentes para benefício mútuo). Mas de que forma isso acontece?

A seguir, confira três fatores de sucesso para a integração dos agentes do supply chain para uma resposta eficiente ao consumidor:

1- Compartilhamento de informações em tempo real

A era da informação trouxe, mais do que nunca, a necessidade de integração dos agentes da cadeia de suprimentos por meio de processos interligados e de troca de dados eletrônicos. Desde o abastecimento de matéria-prima até a entrega do produto ao cliente, os parceiros comerciais precisam acessar uma única fonte de informação. sabendo, de fato, o que está acontecendo nas lojas, indústrias, distribuidores, operadores logísticos.

O compartilhamento e sincronização de dados eletrônicos tornou mais eficiente a introdução de um novo produto no mercado, a previsão de demanda, além de ter informações do real consumo (sell-out). Com isso, é possível obter indicadores valiosos para a tomada de decisões, oferecendo não apenas previsões mais precisas, mas capacidade crescente de resposta. Assim que a troca de informações entre os canais diretos (varejos) e canais indiretos (distribuidores) e a indústria é implementada, já é possível ter ganhos.

2- Reposição contínua

O ressuprimento automático é um acordo entre indústria e varejo baseado em informações do real consumo. Com o compartilhamento de informações de estoque e vendas de forma colaborativa, a reposição dos itens é realizada adequadamente e de forma contínua.

Assim, há redução de trabalho manual, velocidade de resposta adequada e processo menos suscetível a falhas. É possível prever o planejamento e reposição do estoque a partir de um processo integrado, mirando maior lucratividade e eficiência operacional dos agentes da cadeia de suprimentos.

Com soluções como o VMI (Vendor Machine Inventory), os parceiros de negócio homologados podem acompanhar, quase em tempo real, a projeção de consumo dos itens armazenados. É possível visualizar o estoque de segurança de cada item em cada depósito e qual é a melhor quantidade a ser reposta para que não haja excesso nem falta de mercadorias.

3- Padronização de forma colaborativa entre indústria e varejo

Indústria e varejo precisam orientar seus processos pela demanda do consumidor final, ou seja, com base no ritmo de consumo (sell-out). E para que isso aconteça, a integração entre eles é inevitável. A integração acelera os processos e fornece informações estratégicas para a evolução e a sustentação dos negócios. Se não há uma cooperação entre indústria e varejo, todos podem estar perdendo oportunidades.

“Um dos maiores desafios é o compartilhamento de informações de estoque e vendas de forma colaborativa, para que a reposição seja realizada de forma adequada. Sem informações precisas, os fornecedores não conseguem manter seus produtos disponíveis de acordo com o consumo, o que gera ruptura nos pontos de venda. Na contrapartida, sem essa relação colaborativa, o varejo perde vendas e não ganha competitividade no mercado.”

Robson Munhoz, CCSO da Neogrid, em entrevista à revista SuperHiper

Com processos integrados e direcionados pelo sell-out é possível obter redução de estoques e prazos, assegurando menores índices de ruptura ao longo da cadeia, em benefício do consumidor. Ou seja, na medida em que os players envolvidos em uma cadeia de suprimentos estreitam laços de confiança e passam a compartilhar dados, informações e processos, todos ganham.

Os elos da cadeia de suprimentos tornam-se mais fortes e são mais capazes de capitalizar as oportunidades e gerenciar as mudanças de mercado. E quanto maior a maturidade tecnológica para colocar em prática a cooperação entre indústria e varejo, melhores serão os resultados e melhor será a resposta do consumidor. Isso é o estado da arte do Efficient Consumer Response.

Confira no próximo post, aqui no Blog da Neogrid, como a estratégia de Demand Driven, com vendas orientadas pela demanda, é fator de sobrevivência no ambiente competitivo.

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