Você já ouviu aquela história de que dados, enquanto não passarem pelo tratamento adequado, continuarão sendo apenas… dados? E é a mais pura verdade: para se transformar e poder enfim ser chamada de “informação” que agrega valor, essa matéria-prima de significados isolados precisa passar por processos de gerenciamento e análise.
Essa teoria vale para qualquer segmento, principalmente o varejo. Isso porque as empresas pertencentes a esse setor já estão se dando conta de que precisam construir e manter um ótimo relacionamento com seus públicos – formados por clientes cada vez mais exigentes e bem informados. Dessa forma, serão capazes de oferecer melhores experiências de compra e, com isso, aumentar as vendas.
O Big Data é uma das 10 principais tendências em TI para 2016, de acordo com o Gartner, e pode ser definido como um grande banco de dados que abrange praticamente todas as informações que estão públicas, sejam de dentro ou fora da sua empresa. Esses dados podem ser estruturados (como os que estão em planilhas, no sistema de gestão e no de relacionamento com clientes) ou não estruturados (como vídeos, comentários nas redes sociais e e-mails).
Por meio de ferramentas de análise (Analytics) é possível examinar e combinar os dados relevantes de forma a agregar maior valor e competitividade às decisões tomadas pelas organizações. Já pensou na quantidade de informações que são produzidas diariamente nas redes sociais, por exemplo? E a tendência é de que exista cada vez mais objetos conectados à Internet e ajudando a aumentar esses números, basta ver o conceito de Internet das Coisas. Projeções apontam que, até 2020, já serão 73,5 zettabytes de dados circulando por aí – ou o número 73 seguidos de 21 zeros!
É bastante coisa, e quem começou a apostar na análise do grande banco de dados já está colhendo os benefícios que os valiosos insights podem gerar. Em um estudo publicado pelo The Economist, 72% dos varejistas estão coletando e analisando dados públicos e 64% deles, dados de mídias sociais. Essa estratégia de monitoramento do varejo está aumentando o retorno dos estabelecimentos principalmente em abertura a novos mercados, adequação do serviço ao público-alvo e direcionamento de receita.
Dos varejistas entrevistados, 54% relataram aumento dos ganhos na utilização de multicanais; 64%, bons retornos por meio do melhor relacionamento com o consumidor; também 64% deles citou a fidelidade à marca como o maior benefício em se utilizar Big Data; e 52% atribuiu à estratégia parte do crédito pelo aumento de vendas.
“É importante lembrar que o valor principal de Big Data não vem dos dados em sua forma bruta, mas do processamento e análise desses dados e dos insights, produtos e serviços que surgem dessa análise”.
Thomas H. Davenport, especialista em Analytics
Uma rede de lojas de artigos esportivos, por exemplo, pode melhorar a experiência de compra do consumidor e aumentar as vendas utilizando o Big Data. Sistemas de câmeras permitem fazer análises de comportamento nas lojas físicas identificando locais mais visitados pelos clientes, percursos feitos dentro da loja, tempo que os visitantes passam com determinados produtos em mãos, reações frente a vitrines e prateleiras, entre outros.
Soluções tecnológicas como essas ajudam a extrair informações valiosas para aprimorar o relacionamento e a fidelização de clientes, desde o envio de ofertas customizadas ao replanejamento do layout da loja. As informações obtidas desse estudo podem ser combinadas a dados externos de mercado, como de gênero, idade e comportamento de consumo por região, cumprindo inclusive a função de uma pesquisa de mercado e embasando decisões de lançamento e comercialização de produtos.
Agora que você entendeu melhor como o Big Data funciona e as vantagens que sua análise pode trazer ao seu negócio, é hora de começar a utilizar esse recurso a seu favor no monitoramento do varejo – há várias plataformas desenvolvidas especialmente para esse fim, como Hadoop, Amazon Redshift, Microsoft Azure e BigQuery (do Google). Porque o Big Data Analytics já não é mais apenas uma “curiosidade tecnológica”, mas sim uma realidade disponível para alavancar a competitividade de qualquer empresa varejista que queira revolucionar sua forma de vender – para melhor!