A globalização do comércio gera volumes cada vez maiores de dados e leva à necessidade de tornar ágil o fluxo de mercadorias entre as empresas e de melhorar o controle dos processos de supply chain. E a Sincronização Global de Dados (GDS) está aí para proporcionar o estabelecimento de uma base sólida para a atuação transacional e colaborativa entre fabricantes, varejistas e distribuidores.
O GDS permite compartilhar descrição do produto, dados logísticos (como dimensões e peso), impostos, taxas, custos e até informações nutricionais e de saúde no caso das áreas farmacêutica e de alimentação. Com a Sincronização Global de Dados de produtos entre os parceiros comerciais você pode acompanhar as atualizações com a certeza de que todos os agentes envolvidos na cadeia de suprimentos receberão a última versão das informações dos catálogos de produtos em tempo real. E por que isto é importante? Imagine a quantidade de produtos novos ou novos itens de famílias de produtos sendo colocados no mercado. A falta de sincronização de dados pode gerar erros que levam a perder o timing de um lançamento ou promoção, acarretando perda de vendas.
Quem é da área de Tecnologia da Informação (TI) conhece bem os benefícios alcançados com a integração entre os sistemas da empresa. Por mais que se tente evitar, não é incomum contar com sistemas diferentes para as áreas da companhia. No entanto, em algum momento a integração entre eles é inevitável, para otimizar a gestão de processos e gerar informações para tomada de decisão. A integração acelera os processos e fornece informações estratégicas para a evolução e a sustentação dos negócios.
Dos primórdios da informatização à atual Internet das Coisas (IoT), a Sincronização Global de Dados de produtos é a mais nova fronteira para a completa integração da cadeia de suprimentos. Confira a seguir os saltos desta evolução na linha do tempo:
Décadas de 1960 e 1970 – Controles e planejamentos internos restritos à área de suprimentos
As informações e os relatórios eram restritos às áreas afins sem integração com outros departamentos. Surgiram os sistemas informatizados para Controle de Estoque, para gerenciar os consumos de materiais e, baseado nesses históricos, prever as necessidades para os próximos períodos. A partir da década de 70, a previsão de consumo passou a ser afetada diretamente pelas necessidades da área de produção da empresa e considerava as compras em andamento. Nascia a ferramenta de MRP – Material Requirement Planning – ou Planejamento das Necessidades de Materiais.
Décadas de 1980 e 1990 – ERP surge para integrar e controlar as áreas críticas da empresa e o Supply Chain Management começa a olhar para fora
As áreas produtivas e de estoques foram integradas a compras, vendas e algumas funções financeiras. Surge o conceito ERP abrangendo todas as áreas críticas de uma empresa. Complementar ao ERP, o SCM (Supply Chain Management) passa a olhar para fora da empresa, planejando e controlando os agentes internos e externos da companhia. No entanto, esta integração sofria – e ainda sofre, em muitos casos – com softwares e portais que não se conversam, formulários e planilhas com layouts diversos e uma infindável troca de e-mails.
Século XXI – A aldeia global da informação e do compartilhamento de dados eletrônicos
Foi apenas com o ECR (Efficient Consumer Response) ou Resposta Eficiente ao Consumidor, que houve o primeiro passo no sentido de promover uma real integração entre os elos da cadeia de abastecimento. O movimento iniciou em meados de 1990 em grandes companhias dos Estados Unidos, mas ganhou força em todo o mundo nos anos 2000 e hoje começa a ser adotado também por empresas de pequeno e médio porte.
O novo século trouxe mais do que nunca a necessidade de integração dos agentes da cadeia de suprimentos por meio de processos interligados e compartilhados e de transações eletrônicas. O relacionamento da empresa com o cliente evoluiu de um modelo de parceria para um modelo simbiótico (associação de dois indivíduos de espécies diferentes para benefício mútuo).
Atualmente, a introdução eficaz de um novo produto no mercado, a autorização de item (DSD), a previsão de demanda, e o EPC (Código Eletrônico de Produto) integrado ao RFID (identificação por radiofrequência), todos dependem, em certa medida, da sincronização de dados. Se as empresas quiserem ganhar competitividade, terão que evoluir para ações integradas e a Sincronização Global de Dados de produtos é um dos principais vetores para que esta simbiose aconteça com sucesso.