Os segredos para evitar a oscilação de excesso e falta de estoque

Controlar o estoque quando se tem milhares de itens e centenas de lojas não é tarefa das mais fáceis. Nesse mesmo cenário, o que dizer, então, do desafio de não deixar faltar produtos na gôndola, ao mesmo tempo em que não é recomendado acumular itens por longos períodos? Equalizar essa relação é possível e passa pelo cruzamento de indicadores relevantes da cadeia de suprimentos (supply chain), que possibilitam maior velocidade e qualidade no processo de planejamento e reposição. Quer ver só?

Para ter êxito nessa tarefa, os indicadores de cobertura, ruptura e giro de estoque são passos fundamentais na sincronização da cadeia. Afinal de contas, por meio deles é possível analisar cenários e estruturar soluções para evitar a falta de estoque e o excesso dele. “Se eu trabalho com um mix de 5 mil itens, o meu objetivo como empresa é que eu tenha a maior disponibilidade possível dos produtos, para que eu consiga capturar os clientes a qualquer hora, em qualquer local e a qualquer dia”, esclarece Camilo Manfredi, diretor de operações Planning & Replenishment da NeoGrid.

Para isso, é importante analisar esses dados de maneira integrada, como sugerem esses exemplos:

  • O inchaço de produtos armazenados pode ser evitado ao se analisar a cobertura de estoque. Ou seja, se o supermercado vende 50 pacotes de macarrão por dia e a reserva dele possui 500 unidades, logo essa quantia atenderá o consumo pelo período de dez dias. Nesse caso, o varejo e a indústria devem reduzir a cobertura de estoque (quantidade de itens armazenados para atender a demanda) de forma a não aumentar a ruptura (indisponibilidade de produto na gôndola). “Se todo dia chega um caminhão na loja, não tem necessidade de eu ter 90 dias de cobertura”, orienta Manfredi;
  • A análise sobre a ruptura fica mais precisa quando o cálculo vai além de somente diagnosticar a indisponibilidade do item. É preciso contabilizar o volume que a falta daquele produto representa no total desse indicador e, principalmente, o quanto a rentabilidade da loja é comprometida com a sua ausência. Dessa forma, caso seu relatório aponte que o lucro é mais afetado pela falta de carne bovina em vez de leite, por exemplo, você pode orientar melhor sua atuação;
  • O mesmo se aplica ao giro de estoque, um “dado muito bom quando eu analiso de maneira anualizada”, na opinião de Camilo. Observá-lo mensalmente pode trazer informações fracionadas (como 0,3 ou 0,4), dificultando a compreensão. Ao combinar os dados acumulados no período de doze meses, é possível estabelecer o estoque médio, isto é, quantas vezes o produto girou no período.

A análise parcial ou mesmo superficial de cada um desses indicadores pode induzir a uma conclusão errada ou a uma gestão de estoque “meio certa”. Além disso, deixa sua operação vulnerável à oscilação entre falta e excesso de estoque.

O próximo post desta série tratará sobre o Inventory Value Day (IVD) e Throughput Value Day (TVD), dois indicadores que propiciam uma análise mais estratégica do seu estoque. Até mais!

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