Por que o varejo deve compartilhar dados de estoque e vendas com a indústria?

A cada ano que passa, mais nítida fica a importância de se estabelecer uma relação eficiente entre indústria e varejo. Hoje, devido à composição da cadeia de suprimentos, as empresas não podem — e nem devem — ser vistas de forma isolada, mas sim como parte de um grande ecossistema empresarial, na qual bens e informações precisam circular entre diferentes agentes até que se chegue ao consumidor final.

Nesse contexto, interoperabilidade, integração e sincronização da cadeia de suprimentos são atributos indispensáveis para uma boa relação entre varejo e indústria. Nesse ponto, inclusive, destacamos a relevância do compartilhamento de dados de estoque e vendas entre esses agentes, com o objetivo manter o fluxo produtivo e de fornecimento sempre alinhado às demandas disparadas pelo consumidor, lá na ponta final da cadeia.

Cientes da importância desse tema, queremos que você também passe a vê-lo como um diferencial na atualidade. Para tanto, preparamos este artigo mostrando porque o varejo deve compartilhar dados de estoque e vendas com a indústria. Continue a leitura e confira!

Compartilhamento de dados na prática

Passamos por um período em que dos dados têm um papel cada vez maior nas atividades empresariais. Hoje, as empresas precisam desses ativos para operar, tomar decisões e integrar suas atividades com outros agentes.

No caso da relação entre indústria e varejo, a lógica não é diferente. Em razão da criação e manutenção de cadeias de suprimentos mais longas e complexas, é preciso alinhar todos os envolvidos para que os processos ocorram de maneira fluida, organizada e eficiente, atendendo aos interesses e necessidades de todos.

Nesse sentido é que o compartilhamento de dados entra em cena. Como dito, as empresas não mais atuam de maneira isolada, pois dependem de parceiros, fornecedores e outros indivíduos para que a cadeia funcione. Assim, a troca de informações é uma necessidade. A indústria precisa saber quais os níveis de estoque do varejo, suas demandas e como os consumidores estão reagindo em questão de vendas.

Esses dados são fundamentais para realizar ajustes nos cronogramas de fornecimento, na disposição da produção e, com isso, na disponibilidade dos produtos certos. Do mesmo modo, o varejo precisa conhecer as atividades da indústria, sua capacidade de produção, até para que possa se organizar para fazer pedidos com antecedência, para não prejudicar a fluidez das atividades.

Como veremos adiante, existem diversos pontos em que o compartilhamento de dados é crucial para a boa relação entre varejo e indústria. Acompanhe!

Giro de estoque

Esse é, sem dúvida, um dos pontos mais importantes a ser considerado quando o assunto é o compartilhamento de dados entre varejo e indústria. Trabalhar de maneira estratégica sobre esse indicador, hoje, é o que permite à indústria conhecer e avaliar a performance de venda de cada item oferecido ao consumidor pelo varejo, isto é, o nível de aceitação e circulação da mercadoria dentro de um período de avaliação.

De um ponto de vista mais restrito, controlar o giro de estoque, embora seja benéfico para o varejo, para a indústria essa prática é ainda mais vantajosa. De plano, a possibilidade de se identificar quais produtos são mais demandados, qual a frequência de reposição necessária e qual a melhor maneira de compor o estoque, são diferenciais valiosos para aprimorar a estratégia de vendas e distribuição, focando naquilo que é mais essencial para o consumidor.

Maior disponibilidade de produtos nas gôndolas

Nesse ponto, é indiscutível o valor e importância da tecnologia. Atualmente, sistemas e softwares especializados nesse tipo de gestão são capazes de promover a troca de informações entre varejo e indústria, compartilhando dados estratégicos para geração de insights e relatórios que vão subsidiar decisões voltadas para a otimização na oferta, quantidade, variedade e apresentação dos seus produtos.

A lógica é a seguinte: se o varejo consegue compartilhar seus dados com a indústria e essa, por sua vez, consegue ser mais assertiva na estratégia de distribuição, as lojas podem aumentar a disponibilidade em gôndola, já que os produtos certos, com base nas demandas disparadas pelo consumidor, estarão sempre disponíveis.

A ideia, aqui, é entender qual a melhor maneira de suprir o consumidor, mantendo sempre a disponibilidade dos produtos que ele mais deseja e procura no estabelecimento. O benefício maior desse compartilhamento de dados é a possibilidade de o varejo sempre atender às demandas do consumidor, colocando os itens certos nas gôndolas, de acordo com a necessidade.

Esse é um ciclo benéfico para varejo e indústria, já que o shopper sempre acaba encontrando o que precisa, fazendo com que o varejo venda mais e, como consequência, compre mais dos seus fornecedores.

Redução de prejuízos com o excesso de produtos em estoque

Outro ponto crucial em que o compartilhamento de dados entre varejo e indústria pode auxiliar é na manutenção adequada dos níveis de estoque no varejo. O desajuste desse indicador pode ocasionar um problema bastante comum e prejudicial, que é o excesso de produtos em estoque.

O fato é que a falta de comunicação e troca de informações entre varejo e indústria pode acabar gerando essa situação. Quando a indústria não tem visibilidade sobre o giro de estoque do varejo, é bastante difícil para conseguir alinhar o fluxo de fornecimento com o nível de demanda das mercadorias disparadas pelo consumidor.

Como reflexo disso, pode-se continuar fornecendo produtos que estão com baixa saída, fazendo com que o varejo acumule essa mercadoria no seu estoque e demore para fazê-la girar. Nessa situação, além de imobilizar um capital importante, o excesso de produtos pode interferir na qualidade de fornecimento da indústria para outros varejistas, já que enquanto um varejo está com o produto em excesso, outro pode estar com o mesmo item em falta.

Além disso, é preciso destacar que a manutenção de grandes estoques também implica custos extras. Isso porque é preciso custear gastos com o armazenamento, deslocamento e pessoal para gerir toda a infraestrutura.

Por outro lado, quando há o compartilhamento de dados entre varejo e indústria, os estoques podem ser geridos em níveis precisos, já que a indústria poderá ajustar o fornecimento ao nível de demanda, criando um fluxo contínuo de reposição.

Utilização inteligente de dados e informações

Por fim, é fundamental abordar sobre o uso estratégico dos dados no cenário empresarial atual. Em razão da dinâmica acelerada do varejo e a mudança constante das necessidades do consumidor, é preciso atuar de forma estratégica, se baseando em dados e estatísticas capazes de otimizar as decisões e investimentos.

Nesse ponto, a tecnologia já oferece soluções altamente robustas para as necessidades dos mais variados modelos de negócio e para o ajuste de cadeia de suprimentos. Esse tipo de inovação, inclusive, tem contribuído para que o país caminhe em direção a economia dos dados — como ocorre em países mais maduros no quesito utilização inteligente dos dados.

Essa postura inovadora, focada na globalização das informações e na integração entre os diferentes elos da cadeia de suprimentos, de maneira direta, traz resultados positivos para todos os envolvidos, já que esse é um dos primeiros passos para se compor cadeias mais sustentáveis, eficientes e que atendam às necessidades do consumidor.

Assim sendo, a conclusão a que podemos chegar é que, hoje, compartilhar dados de estoque e vendas entre varejo e indústria é o caminho mais promissor para evitar rupturas, desperdícios e perda de competitividade dos negócios. Além disso, como vimos, essa visão também é vetor para o crescimento exponencial do mercado, de forma geral, já que diferentes agentes se beneficiam com o uso dos dados.

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