Abraçar a inovação. Abrir caminho para inovadores. Ir além. Avançar na Ciência dos dados. Esses quatro saltos da transformação digital mudam profundamente as perspectivas de crescimento em supply chain. Como as empresas se apresentam hoje em relação a essas inovações? De quais modos as soluções voltadas à cadeia de suprimentos permitem às indústrias alcançarem o “next“, a “innovation revolution“?
Imagine que você é um vinicultor e deseja transformar a produção de uvas para chegar a safras que resultem em um vinho de melhor qualidade. Porém, os métodos tradicionais de cultivo baseados em irrigação e tratamento de pragas não surtem mais o efeito que você precisa e procura. É necessário ir além e entender o processo de crescimento da uva, o que o solo deve trazer de minerais, quanto de água é necessário e se há excesso de luminosidade. É nesse contexto que a IoE (Internet of Everything) surge apontando o caminho de inovação para as empresas na era da transformação digital.
Sensores no solo reconhecem quando é preciso de água e acionam — de máquina para máquina — os canais de irrigação. De qualquer dispositivo é possível acompanhar o crescimento das uvas, que recebem a quantidade de sol, água e nutrientes exatamente na medida que precisam para crescer. Com esse tipo de controle, o próprio sistema indica quando fazer a colheita e qual o teor alcoólico dentro dos barris para as uvas que já foram tratadas e beneficiadas.
A inovação na vinícola se estende a todas as etapas de supply chain. Dentro do caminhão, o produtor pode acompanhar a entrega das garrafas, verificando informações como a temperatura ambiente e tolerância à vibração. Além da entrega controlada, os próprios vendedores conhecerão a alma do produto por meio de um dashboard (painel de controle), tendo acesso a informações sobre o cultivo, decisivas na hora da compra. E o consumidor? Não compra apenas o vinho, mas todo o valor agregado a ele nesse caminho controlado pela tecnologia.
Veja como dar quatro saltos em inovação.
Na IoE, pessoas, processos, dados e objetos estão conectados performando ações mágicas. Como a sua empresa tem participado desse momento de transformação digital? Quer saber como começar?
1- Reveja métodos antigos
A tecnologia dita as regras e, assim como na vinícola reformulada pela Cisco, deixar para trás métodos antigos é o primeiro passo para começar a pensar em inovação. O momento pede desprendimento em relação a antigos rituais. A providência é rever métodos e vícios operacionais que impedem a adoção de estratégias mais direcionadas ao momento atual, como a adoção de soluções em supply chain conectadas ao que há de mais real e palpável no mercado, como o conceito OSA – On Shelf Availability.
Com a IoE, inovar no jeito de fazer significa aprofundar o benchmarking, ou seja, olhar para o mercado e encontrar na concorrência o complemento para que produtos alcancem melhores versões, já que esses dados devem estar abertos para que consumidores façam escolhas direcionadas pelo processo e não somente pela mercadoria.
2- Aprofunde a integração
Onde estão os inovadores? Há muito eles saíram das salas climatizadas e compartilhadas com data centers. Eles estão atrás de dispositivos em que reproduzem desejos de consumo em rede. Se você quer que a sua empresa esteja em sintonia com a transformação digital, entenda que precisa aprofundar a integração, fazendo com que o cliente participe da elaboração de melhorias do produto em todas os níveis de supply chain. Isso inclui, melhorar a experiência de compra.
A providência é buscar metodologias para ouvir as dificuldades, problemas e necessidades do cliente, incluindo-o nas decisões. Por tudo isso, constatar que as perspectivas são ainda mais colaborativas neste contexto de transformação digital faz parte do salto de inovação.
3- Viva a realidade virtual
Enquanto o teletransporte não for inventado, estar em todos os lugares para acompanhar o desempenho de um produto em todas as prateleiras é um sonho. Mas existem alguns modos de se tornar onipresente e onisciente diante do comportamento do consumidor. Hoje algoritmos e conceitos como o OSA transformam a impossibilidade de conhecer consumidores em algo tangível por meio de sistemas e de tecnologia. Eles buscam no final da cadeia de suprimentos o princípio e as diretrizes para a produção. Não se produz para depois saber: primeiro se conhece os gostos e desejos que redirecionam estratégias rumo a uma experiência de compra que reconheça a realidade virtual não como mera ficção, mas como portadora do imaginário do consumidor.
Para dar o salto neste ponto, é preciso olhar para as estantes virtuais e reconhecer nelas que os produtos não são apenas imagens, mas experiências compartilhadas entre as pessoas no mundo virtual. Começa com o marketing nas redes sociais e não termina até que a capacidade limitada de imaginação encontre o mundo da IoE. A sua empresa vive essa realidade?
4- Reelabore o conceito de gôndola
Você já parou para pensar que gôndola, em um contexto de inovação, pode ser qualquer coisa, menos uma prateleira? Hoje é possível entender o consumidor pela quantificação e classificação das prateleiras por produto, por loja, avaliando o desempenho diário, semanal e mensal. Tudo isso considerando apenas o comportamento de compra pelo aspecto quantitativo diante das prateleiras. Mas é preciso compreender que a gôndola vem perdendo sentido. Segundo estudo da gigante de transporte e logística UPS, 42% das pessoas pesquisam e compram onl-ine, enquanto apenas 20% pesquisam pela internet e finalizam a aquisição na loja.
Para dar esse salto, o segredo está não somente em conseguir empilhar e tornar visíveis os produtos, mas em perceber o engajamento das pessoas em relação a eles. Por isso é preciso olhar qualitativamente para o consumo, buscando indicativos que redefinam o conceito de gôndola, cada vez mais próximo do caos de imagens e desejos propagados nas relações virtualizadas em redes sociais.
O mundo está altamente conectado. É preciso acelerar para conseguir acompanhar a velocidade do consumidor e atender suas necessidades proporcionando experiências de compra cada vez mais satisfatórias. A inovação em suplly chain traz respostas fundamentadas na IoE. Questionar-se sobre como dar o salto é começar a tirar os pés do chão e se arriscar no caminho sem retorno da transformação digital.