Quem diria que um “tijolão” branco lançado em 1973 se transformaria em um dos principais ícones da tecnologia e da mobilidade atualmente, os smartphones? Pois é, muitos conceitos evoluíram – e bastante! – nesses mais de 40 anos, e de acordo com a empresa de consultoria Gartner ainda há muito para acontecer!
A pesquisa Building the Digital Platform: Insights From the 2016 Gartner CIO Agenda Report aponta as 10 principais tendências para o mercado de Tecnologia da Informação (TI) em 2016 e mostra que não há limites para a revolução tecnológica: são desde máquinas que funcionam como cérebros humanos e entendem tudo que se passa à sua volta até objetos que você nunca imaginou que um dia estariam conectados à Internet. Todas essas projeções são focadas em melhorar a experiência de usuários e consumidores com foco na competitividade do negócio.
Você como Chief Information Officer (CIO) sabe quais são essas tendências e já analisou a possibilidade de começar a aplicá-las na sua empresa para fazer seu negócio sair na frente? Este post explora cada uma delas para ajudar você nessa missão de melhorar processos internos e externos. Vamos a elas:
#1 Malha de dispositivos
É um conjunto de pontos, onde cada um deles representa um dispositivo utilizado para acessar aplicativos e informações ou ainda realizar interações na Internet. Esses dispositivos podem ser desde aparelhos eletrônicos como celulares e eletrodomésticos até os itens mais improváveis, como roupas e fechaduras. Completamente relacionada ao conceito de Internet das Coisas (IoT), a malha de dispositivos aposta que, se hoje esses equipamentos operam de forma isolada, ou seja, sem conexão entre si, em 2016 essa realidade vai começar a mudar, passando a haver integração entre eles por meio da comunicação entre máquinas, e sem precisarem contar com a interferência humana para isso. Um exemplo dessa convergência são os sensores conectados à Internet como o Shopperception, que auxiliam na realização de pesquisas sobre a interação entre consumidores, produtos e o ambiente de loja capturando e disponibilizando dados automaticamente.
#2 Experiência ambiente-usuário
A malha de dispositivos é capaz de proporcionar uma nova experiência ao usuário com base na continuidade. Ela pode fluir naturalmente por meio do conjunto de dispositivos e de canais de interação a partir do momento em que mistura os ambientes físico e virtual e considera que o consumidor é multicanal e está em constante movimento – qualquer semelhança com o conceito de Omni-Channel não é mera coincidência! No varejo, isso funcionaria mais ou menos assim: imagine um cliente que escolhe e compra um relógio no canal de e-commerce de uma loja mas, ao receber o produto em sua casa, se dá conta de que não era bem aquilo que queria. Sendo assim, ele poderia trocar o modelo nas lojas físicas da marca? Sem dúvida, porque é justamente isso que conceito defende, que não existam barreiras entre os canais de venda. Aqui é muito importante destacar que os estabelecimentos que quiserem experimentar essa nova realidade devem estar com seus sistemas de gestão preparados para isso, principalmente no que tange ao controle de estoque e à operação logística no caso de compras presenciais e on-line, por exemplo.
#3 Informação de tudo
Todos os dispositivos presentes na malha digital produzem, utilizam e transmitem dados que vão além de textos, áudios e vídeos. Eles incluem também informações sensoriais e contextuais, e a tendência de “informação de tudo” aposta que avanços nas ferramentas semânticas e nas técnicas de análise e classificação de dados sejam capazes de conectar informações de todas essas fontes e trazer significado a informações isoladas, incompletas e até mesmo incompreensíveis (são os chamados dados não estruturados, que abrangem fontes como vídeos, e-mails e comentários em redes sociais). Por exemplo, um usuário que fez uma reclamação, elogio ou indicou uma preferência em um comentário no Facebook: pode ficar (bem) difícil identificar a qual marca e post ele está se referindo olhando as interações em um apanhado geral. Pois é, essas ferramentas de análise de dados mais desenvolvidas poderiam ser capazes de matar essa charada, segundo o Gartner. Sendo assim, o Big Data Analytics – grande banco de dados internos e externos às empresas capaz de gerar importantes diferenciais competitivos às organizações que analisarem e utilizarem as informações dali extraídas de forma correta – já começou bem na abertura desse caminho!
#4 Impressão 3D
Os investimentos em impressão 3D feitos até agora já possibilitaram o uso de vários tipos de materiais na sua aplicação, o que vem impulsionando demandas e fazendo essa tecnologia se expandir para um número cada vez maior de setores. Pois as projeções do Gartner dizem que, ao longo dos próximos 20 anos, a impressão 3D terá uma expansão constante nessa quantidade de novos materiais, além de aprimorar a velocidade do processo. Quem já incorporou essa tecnologia em seus processos foi a gigante de artigos esportivos Adidas com o seu Futurecraft 3D: a ideia é que os clientes visitem uma loja da marca, corram por alguns segundos em uma esteira enquanto têm as características do seu pé e da sua pisada processadas e aguardem alguns minutos para que seu calçado customizado seja impresso na hora.
#5 Aprendizagem avançada de máquina
Você já ouviu falar em Redes Neurais Profundas (DNN)? Elas proporcionam uma forma avançada de aprendizado de máquina e são aplicadas especialmente quando há conjuntos de dados grandes e complexos. Podem criar sistemas capazes de aprender a perceber o mundo de forma autônoma, assimilando por si mesmos todos os recursos presentes em seu ambiente, desde os meros detalhes, e gerando aplicações como as que você vai ver abaixo.
#6 Agentes e equipamentos autônomos
O aprendizado de máquina dá origem a equipamentos inteligentes como robôs, veículos, Assistentes Pessoais Virtuais (APVs) e assessores inteligentes, que hoje atuam de forma autônoma ou, pelo menos, quase. APVs como o Google Now, o Cortana da Microsoft e a Siri da Apple estão ficando mais inteligentes e são precursores de agentes autônomos. Ou seja, em vez de interagir por meio de botões em um smartphone, por exemplo, o usuário fala com um aplicativo. “Os líderes de TI devem explorar como usar equipamentos e agentes autônomos para aumentar a atividade, permitindo que as pessoas façam apenas os trabalhos que os humanos podem fazer”, orienta David Cearley, vice-presidente do Gartner.
#7 Arquitetura de segurança adaptativa
A atual complexidade dos negócios digitais combinada com uma “indústria hacker” emergente tem aumentado, e muito, a necessidade de as organizações desenvolverem estratégias eficientes para protegerem seus dados. Dessa forma, os líderes de TI devem priorizar a identificação de ameaças e o desenvolvimento de ações preventivas para zelar pela segurança da informação, utilizando bloqueios e demais medidas específicas para prevenir ataques e habilitando e desabilitando componentes de acordo com cada necessidade e situação. A autoproteção de aplicativos e a análise de comportamento de usuários e entidades são recursos que poderão ajudar a cumprir essa arquitetura de segurança adaptativa.
#8 Arquitetura de sistema avançado
Construir máquinas que funcionem praticamente igual ao cérebro humano está cada vez mais próximo de se tornar realidade. Isso porque a malha digital e as máquinas inteligentes vêm requerendo recursos de arquitetura de computação de forma cada vez mais intensa para poderem ser utilizadas nas organizações. Além disso, sistemas elaborados em Unidades de Processamento Gráfico (GPU) e matrizes de Portas Programáveis em Campo (FPGA) adequados para serem aplicados à aprendizagem profunda possibilitarão uma maior distribuição de algoritmos em formatos menores, permitindo capacidades avançadas de aprendizado nos dispositivos mais improváveis possíveis da Internet das Coisas – até mesmo seres humanos!
#9 Aplicativo de rede e arquitetura de serviço
Aplicações lineares estão dando lugar a uma abordagem mais informal. Em resumo, é um padrão emergente para a criação de aplicações distribuídas, as quais suportam o fornecimento ágil e a implantação escalável tanto no local quanto na nuvem. Portanto, não se esqueça: a tendência agora é a criação de arquiteturas modernas para fornecer aplicativos ágeis, flexíveis e dinâmicos, oferecendo experiências de uso igualmente eficientes.
#10 Plataformas de Internet das Coisas
O conceito está sendo apontado como uma super tendência para os próximos anos, e todos esses dispositivos que farão parte dele não poderão ficar à deriva sem um suporte e gerenciamento adequados, você não acha? É por isso que, ao mesmo tempo, cresce o desenvolvimento de plataformas adaptadas a essa realidade: toda empresa que queira adotar a IoT precisará, antes, formatar uma estratégia de plataforma para, primeiro, possibilitar a integração de unidades e também a sua conexão à Internet, e depois, permitir captar e analisar com segurança os dados dos sistemas conectados. Dessa forma, as empresas têm a oportunidade de compreender melhor o comportamento e os usos de seus produtos, além de criarem uma base qualificada para a criação dos próximos.
Algum dos tópicos acima fez você refletir sobre como sua empresa poderia ter os processos melhorados por esse conceito? Esse é um ótimo começo!
Já faz algum tempo que a função da área de TI não é mais apenas manter as máquinas funcionando, certo? As tendências divulgadas pelo Gartner podem ser utilizadas como um guia para você, CIO, identificar novas táticas para alcançar os objetivos estratégicos da empresa. Lembre-se que grande parte das mudanças e evoluções tecnológicas das organizações são impulsionadas pelas áreas de TI, e ninguém melhor do que você para iniciar essa revolução e contribuir para que essas ações empreendedoras e inovadoras sejam constantes dentro da organização.
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