O aumento de 176% de casos de Dengue no Brasil (comparando o acumulado entre janeiro e novembro de 2015 com o do mesmo período de 2014) levou a uma busca acima da média por repelentes em farmácias e supermercados em todo o país. A população queria se proteger do aedes aegypti, porque, não bastasse isso, o mosquito também é responsável pela transmissão dos vírus da Febre Chikungunya e Zika.
Fatores externos como esse podem trazer variações inesperadas no estoque. Por isso, é necessário analisar indicadores certos como IVD (Inventory Value Day — valor do excesso de estoque por dia) e TVD (Throughput Value Day — valor do risco de perda ou perda de vendas por dia). O primeiro é responsável por mostrar a quantidade de dinheiro parado em excesso de estoque. Já o TVD indica o quanto você pode perder em caso de ruptura. Para entender melhor, veja esses dois exemplos:
- Ao calcular o IVD, é possível compreender o quanto o armazenamento está impactando no fluxo de caixa de cada loja. Um relatório com esse dado pode indicar quais produtos com maior IVD precisam ser escoados o mais rápido possível, para evitar que o dinheiro fique parado. Um gerente de um supermercado com esse dado em mãos pode priorizar ações nesse sentido;
- No caso do TVD, imagine que você esteja atuando na operação de abastecimento de determinada loja. Ao ter visibilidade dos produtos, do giro de estoque de cada um e das ações promocionais previstas é possível dar mais atenção aos itens com maior TVD, ou seja, aqueles que tragam maior rentabilidade para a operação. Ao priorizar a reposição utilizando esse índice, você terá mais impacto na margem de lucro de suas operações — evitando que a falta de estoque desses produtos impacte nos seus negócios.
Os dois indicadores ajudam o varejo no gerenciamento das demandas, contribuindo para o balanceamento do estoque. Até por isso são eficazes para evitar oscilações entre falta e excesso de estoque, como mencionado no post anterior desta série. A análise sobre esses indicadores favorece um olhar mais estratégico sobre o passado (histórico) para prever o futuro (tendência de consumo). “É importante lembrar que o excesso de estoque hoje pode não ser o excesso amanhã”, alerta Camilo Manfredi, diretor de operações Planning & Replenishment da NeoGrid, o que faz muito sentido se você relacionar isso ao exemplo do início deste post (sobre o surto de doenças causadas pelo aedes aegypti).
Os relatórios que trazem o IVD e TVD, consolidados a partir de tecnologia especializada em cadeia de suprimentos (supply chain), podem auxiliar na tomada de decisão em todos os níveis de varejo e indústria (gerencial, tático e operacional). Com informação precisa em mãos, é possível estruturar ações que evitem dinheiro demais empenhado em estoque ou mesmo a falta de produtos, o que pode levar prejuízos a toda a cadeia.
Continue acompanhando o blog, que mostrará, no terceiro post da série, como a tecnologia contribui para priorizar os itens que merecem maior atenção na gestão de estoque. Até lá!