
Em 2024, com a concorrência cada vez mais acirrada, o e-commerce brasileiro registrou um crescimento de 10,5%, alcançando um faturamento de R$ 204,3 bilhões. E, já no início de 2025, o setor segue em expansão. As pequenas e médias empresas (PMEs) que atuam no comércio eletrônico movimentaram R$ 1,3 bilhão entre janeiro e março – um avanço de 37,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. No total, foram vendidos 19,5 milhões de produtos, 30% a mais do que no primeiro trimestre de 2024.
No varejo físico, o desempenho também foi positivo: as vendas cresceram 4,7% em 2024, o melhor resultado desde 2012, com destaque para os segmentos de alimentos, perfumaria e móveis. Em 2025, a tendência continua, com alta de 2,5% no primeiro trimestre.
Esse crescimento reflete não só a expansão do e-commerce, mas também a intensificação da concorrência no mercado de consumo brasileiro. Nesse cenário, entender essa dinâmica deixou de ser apenas uma estratégia de defesa e se tornou um passo essencial para crescer com inteligência. Afinal, quando produtos e preços se tornam semelhantes, o que faz uma marca realmente se destacar?
Para responder a essa pergunta, é preciso ir além da observação superficial. Por isso, analisar o cenário competitivo com profundidade e, em seguida, usar essas informações para construir uma proposta de valor única é o que diferencia empresas que apenas sobrevivem daquelas que prosperam.
O que observar no mercado para criar vantagem competitiva?
Criar diferenciação não significa apenas oferecer um produto diferente – mas posicionar sua marca com clareza e relevância. Isso passa por três pilares principais:
1. Valor percebido pelo cliente
O que o seu cliente realmente valoriza? Pode ser agilidade, disponibilidade ou confiança na entrega. Seja qual for a resposta, a vantagem competitiva começa ao entender o que o consumidor espera e, em seguida, entregar isso de forma mais eficiente e consistente do que os concorrentes.
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2. Ações e posicionamento dos concorrentes
Monitorar a concorrência é essencial para identificar oportunidades. Quais canais estão sendo utilizados? Como os players comunicam valor? Que estratégias de preço e promoção adotam? Observar esses sinais ajuda a encontrar espaços ainda não explorados por outras marcas.
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3. Capacidade interna de resposta
Diferenciar-se também exige olhar para dentro de casa. Para isso, é preciso avaliar se a sua empresa tem agilidade e inteligência operacional suficientes para reagir rapidamente às mudanças do mercado. Além disso, as equipes contam com dados confiáveis no dia a dia para tomar decisões estratégicas? Afinal, ter flexibilidade interna é tão importante quanto acompanhar as movimentações externas.
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Transforme a análise da concorrência em ação
Para que a análise gere resultados, ela precisa se transformar em prática constante. Criar rotinas de monitoramento de mercado e acompanhar indicadores comparativos é um bom ponto de partida. Entre os mais relevantes, estão:
- Market share
- Presença no ponto de venda
- Posicionamento de preço em relação à concorrência
- Frequência e impacto de campanhas promocionais
- Variedade do mix ofertado
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Esses dados permitem ajustes estratégicos com base em fatos – seja para reforçar diferenciais existentes, seja para explorar novas frentes de crescimento.
Imagine, por exemplo, uma empresa que vende produtos de cuidados pessoais e percebe, por meio do monitoramento do PDV, que perdeu espaço em determinadas regiões para um concorrente que lançou um novo kit promocional. Ao cruzar essa informação com o posicionamento de preço e frequência das campanhas da concorrência, ela descobre que o kit não só tem preço mais competitivo, mas também maior visibilidade nos pontos de venda.
Com base nisso, a empresa decide reposicionar seu mix promocional, ajustando o preço e reforçando a distribuição em regiões estratégicas. Além disso, passa a acompanhar semanalmente a evolução do market share nessas praças para avaliar o impacto das ações – e pivotar rapidamente, se necessário.
Esse tipo de resposta ágil só é possível quando a análise de concorrência é parte ativa da rotina comercial.
Entender a concorrência nunca foi tão importante
A era da abundância de dados trouxe um novo desafio: consumidores mais exigentes, com muitas opções disponíveis. Isso significa que competir apenas por preço ou distribuição pode não ser suficiente – especialmente quando outros players do seu setor já fazem o mesmo.
Além disso, as fronteiras entre os canais de venda estão cada vez mais difusas. Um concorrente direto pode ser tanto uma marca tradicional quanto uma empresa nativa digital com um modelo inovador. Estar atento a esses movimentos é o que diferencia empresas reativas daquelas estrategicamente preparadas.
Diferenciação exige consistência, não apenas criatividade
Inovar é essencial, mas manter um posicionamento coerente ao longo do tempo é o que gera valor sustentável. A diferenciação só se torna uma vantagem competitiva real quando é percebida e mantida de forma consistente pelo consumidor — em todos os pontos de contato com a marca.
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