As empresas estão constantemente procurando por elementos que as diferenciem de sua concorrência. Esse é o jogo dos negócios: achar algo diferente, que agregue valor a alguém, e explorar isso até que atenda completamente a essa pessoa, que seja copiado por outros ou então que não seja mais rentável atender a tal necessidade.
Vamos agora aplicar essa idéia ao mercado de computadores pessoais, que tinham preços bastante altos quando surgiram. O primeiro computador pessoal foi o Kenbak-1, lançado em 1971. Ele foi anunciado na Scientific American por US$ 750,00, o que hoje equivaleria a cerca de US$ 4.073,00, mas era mais limitado do que uma calculadora comum.
Desde então, o que direcionou esse mercado foi o produto, cada vez mais rápido, com mais memória, melhores imagens e assim por diante. Os grandes competidores, no começo desse milênio, eram Dell, Compaq, HP, IBM e Apple.
A partir daí, começou a consolidação, outras marcas surgiram com força – como Lenovo, Asus e Positivo no Brasil – e o mercado começou a ficar mais perto de uma commoditie – inclusive a Apple que se viu pressionada a abrir seu hardware a aplicações Microsoft. Dessa maneira, o foco destas empresas passou a ser customização em massa, para melhor atender seus clientes, e a sincronização da cadeia de abastecimento, para reduzir custos desnecessários e reagir melhor às variações de demandas. É aí que existe uma nova oportunidade para este mercado, que deve ser a tendência para os próximos anos: a colaboração.
A Dell, por exemplo, já utiliza Vendor Managed Inventory (VMI) em algumas de suas plantas com fornecedores, de modo a otimizar seus custos logísticos. O modelo funciona da seguinte maneira: os fornecedores entregam as peças em um armazém terceirizado a meia hora de distância da fábrica. Periodicamente um caminhão vai até esse armazém e pega o mix de peças necessárias para cumprir com a produção do dia.
Há vantagens neste tipo de processo tanto para o lado da Dell quanto para seus fornecedores. Uma vantagem clara é que a Dell reduziu muito seus estoques de matéria prima, uma vez que o material posicionado no armazém ainda é de propriedade do fornecedor. Desse ponto de vista, ter um melhor controle sobre o estoque e a demanda da ponta ajuda a melhorar seu alinhamento com o fornecedor e, assim, reduzir custos devido ao efeito chicote, que é diminuído neste tipo de operação.
Uma lição a ser tirada é que a colaboração e o alinhamento da cadeia são uma fronteira viável de diferenciação para muitos mercados. E devem ser explorados.
Um modelo de evolução de mercados pode ser visto no gráfico acima, com o cliente sempre no centro. A inovação costuma ser a primeira etapa explorada; depois, a qualidade se torna um diferencial; quando a diferença de qualidade para os concorrentes já não é mais significativa, a disputa fica nos preços – e Supply Chain Management (SCM) é uma ótima maneira de manter os preços mais baixos do que o da concorrência sem, por isso, perder margem.
Apesar do modelo ser simples, ele nos ajuda a entender alguns porquês em muitos mercados.
E é por isso que nosso interesse está em saber a sua opinião. Discuta conosco! Vamos construir modelos e processos cada vez mais adequados ao nosso mercado.
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