Ter um processo de suprimento colaborativo entre fornecedores e seus clientes, varejistas, distribuidores ou outros parceiros envolvidos no processo da cadeia de suprimentos, requer um bom relacionamento — e muito mais: uma grande mudança cultural nas empresas para chegar a um alto nível de colaboração que permite um gerenciamento de estoques eficiente em toda cadeia.
Quando não existe esse “bom relacionamento,” os compradores e seus parceiros, incluindo áreas que cuidam da operação, como armazenagem e transporte, podem ter o sentimento que os produtos estão sendo empurrados pelos fornecedores, sentindo falta de poder de negociações, definição de prazos e impotência frente a todo o processo para obter um alto giro de estoques, sem rupturas nos pontos de venda.
Assim como o estoque é gerido pelo fornecedor, o comprador também pode ter a visão do estoque de seus fornecedores, abrir o giro de seu próprio estoque e tomar a decisão sobre qual o momento ideal para abastecer suas lojas e seus centros de distribuição. Esse processo é constantemente utilizado por indústrias que dependem de insumos para poder produzir seus itens; porém, em toda cadeia é possível ter esse mesmo modelo onde um varejo pode ter acesso aos estoques de seus distribuidores, fornecedores ou operadores logísticos para que estes reabasteçam de acordo com o consumo real de um determinado produto.
O ponto primordial para o sucesso e inicio de uma boa relação entre parceiros de negócio é a decisão de qual é o modelo ideal para melhorar o gerenciamento da cadeia de suprimentos; com isso, ambos terão um processo com foco comum de balanceamento de estoques, trazendo ganhos, eficiência, competitividade e um aumento do nível de serviço que agregará valor tanto para o fornecedor, quanto para o comprador.
A gestão de estoque do fornecedor possibilita uma redução nos gastos com inventários e minimização de riscos por não manter produtos de alto valor estocados. A utilização de um “estoque consignado”, com processos dentro de um operador logístico é também uma alternativa, na qual fornecedores e compradores têm ganhos expressivos com giro de seus estoques, bem como inibindo possíveis rupturas por meio de um monitoramento do consumo.
Na maioria desses casos, a politica de estoque continua sendo administrada pela indústria e a compra é firmada através da troca de propriedade dentro do operador logístico, o ponto principal é que o comprador pode decidir por utilizar ou não o estoque, fornecendo informações de previsão de consumo para que o estoque consignado seja dimensionado de acordo com necessidades reais.
Portanto, é possível sim ter um modelo de abastecimento colaborativo que permite que o comprador seja o gerenciador dos estoques do fornecedor.